About Me

Omission - "Pioneers Of The Storm" Review


Não percebo muito bem o que os Omission pretendem afirmar com o título do novo trabalho “Pioneers of the Storm”. Será que realmente se acham pioneiros de seja o que for?

Ora o novo trabalho dos espanhóis é sem dúvida uma descarga (mais ou menos) letal de thrash metal primitivo, javardo e blasfemo. De facto outra coisa não seria de esperar e o que fazem tem até alguma piada quando se procura apenas uma injecção de energia e um motivo para thrashar ao som de riffs requentados. No entanto a coisa começa a ficar aborrecida quando se escuta o álbum em busca de desafios com valores composicionais e artísticos. A originalidade hoje em dia pode valer o que vale, mas a completa ausência dela só pode ser compensada por uma interpretação imaculada e uma capacidade de reescrever o passado de forma especial. 

Escusado será dizer que os Omission não são um destes casos e a clara falta de originalidade e de (quase) tudo o resto denota-se logo no primeiro par de canções (“The Slaughter Hour” e “Drunken, Junkie & Punter”) e mantém-se por mais de metade do álbum. A grande parte das faixas, embora algumas revelem pormenores interessantes e alguns bons solos, acabam por cair na categoria do pouco memorável - ouça-se “At Last We Will Have Revenge” por exemplo, com algumas passagens interessantes e um bom solo mas que na sua estrutura base é, simplesmente, uma seca. 

O contributo dos Omission para o atual panorama internacional do thrash estará talvez na atitude e naquela imagem extrema e satânica que em muito fazem lembrar os nossos Filii Nigrantium Infernalium, incluindo um vocalista que utiliza um registo interessante mas mesmo assim pouco genuíno a imitar o Belathauzer.  

Este “Pioneers of The Storm” parece ter sido desenhado com o único objectivo de destruir num contexto ao vivo e nesse aspecto provavelmente terão sucesso como aconteceu no SWR 2012. No entanto, em termos musicais, vão precisar de algo bem mais para que se justifique adquirir um qualquer álbum do seu reportório.

Nota: 5.6/10

Review por David Sá Silva