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Reportagem: RAM, Steel Horse, Ravensire @ República da Música, Alvalade - 02/12/2012




Têm sido vários os eventos agendados para a Margem Sul que, depois, acabam por se realizar em Lisboa. Este foi também disso exemplo, tendo certamente ganho em diversos níveis, logo a começar por uma plateia mais preenchida do que, provavelmente, a própria organização estaria à espera. A olho nu, não custa a acreditar que uma centena de devotos metálicos se tenham dirigido à República da Música para viver uma tarde/noite de puro e entusiasmante Heavy Metal, encabeçado superiormente pelos suecos RAM, seguidos de perto pelos nossos vizinhos Steel Horse e os nacionais Ravensire. As inúmeras t-shirts de Iron Maiden e outras lendas, bem como os jackets artilhados, não deixavam dúvidas sobre o que se passava naquele beco cercado por “casas do senhor”. 


Exactamente uma hora depois do anunciado, os recentes Ravensire, subiram ao palco e trataram de abrir o caminho para as poderosas investidas que se seguiriam. Com apenas um EP editado, «Iron Will»,  o quinteto (com membros dos respeitadíssimos Ironsword, ou dos mais novos Inquisitor) largou quarenta minutos de um Heavy Metal épico à boa maneira da velha guarda, com harmonias e riffs a escorrerem feeling, e a curiosidade de terem, pelo menos temporariamente, uma voz feminina - a Carina de Disthroned - que lutou para não ficar para trás no campo de batalha. Nota de destaque para os imponentes originiais “Facing the Wind” e “Ravensire” e ainda para as covers de Wild Shadow e Omen. “Battle Cry” encerrou de resto, com chave de ouro, a prestação desta malta cujos gostos e escola estão acima de qualquer suspeita. - (ver mais fotografias de Ravensire)




Não demorou muito até que a armada espanhola entrasse em cena. Com dois discos editados, ou se me permitem, duas tremendas tareias de Heavy Metal, os Steel Horse actuaram sensivelmente uma hora, tendo tocado de forma equilibrada temas de ambos os registos, como “Raise Your Fist”, “Wild Power”. “Burning Soul”,  “In the Storm” ou “Thunderdome”. O volume esteve demasiado alto, pelo menos na parte inicial do concerto, mas nem por isso afastou os mais acérrimos lá da frente, que durante todo o concerto se mostraram comprometidos com a banda, cantando vários temas e, imaginando uma guitarra nos seus braços, trataram de empurrar a banda para um concerto afirmativo e cheio de espírito e energia…com o pico a ser claramente atingido aquando de “Phantom of the Opera”, de Iron Maiden. A banda arrastou o público e o público anuiu, levando certamente para casa belas memórias deste concerto. Palavra final para os agudos do senhor Jorge Cortés – à maneira! - (ver mais fotografias de Steel Horse)




A «Tyranny Over Iberia» aproximava-se do fim, mas não sem antes os RAM colocarem a cereja no topo do bolo, com um espectáculo avassalador. É justo dizer-se que se até aqui tinha havido muita alma, os suecos juntaram-lhe algo mais e deixaram a República da Música a ferver e corpos esgotados. O volume esteve desnecessariamente alto, não sendo de todo fácil suportar todo o concerto junto das colunas, mas foi o único ponto negativo. Centrando atenções no mais recente «Death», os nórdicos não deixaram de passar pelos dois discos anteriores, nomeadamente pelo debutante e, por ventura, mais aclamado «Forced Entry», gerando mais headbanging que nunca (e a adesão até aí já havia deixado as bandas bem satisfeitas!). Os fãs não se escusaram a acompanhar Oscar Carlquist (que podia ser o frontman de uma banda de black/thrash) na cantoria, e deixaram que nas veias corresse o poder criado ao vivo por estes fanáticos de Iron Maiden. A madrugadora “Flame of the Tyrants”, dos melhores temas de «Death», e os verdadeiros hinos “Machine Invaders”, “Infuriator” e “Sudden Impact” levaram á completa dedicação de um público rendido à qualidade de uma banda, que devia colher outro tipo de notoriedade. No final, o rescaldo só poderia ir numa direcção: a satisfação de todos os intervenientes. Um especial obrigado à organização por proporcionar uma noite deste gabarito! - (ver mais fotografias de RAM)

Texto por Carlos Fonte
Fotografia por Joana Soares
Agradecimentos: Metals Alliance