A melancólica introdução de "Master of Suspense" dá lugar ao som retro do verdadeiro heavy metal, aquele que era comum durante a década de oitenta, principalmente na sua primeira metade. No entanto, e para desfazer qualquer engano que possa existir, este álbum, o primeiro da banda, não é de 2012. É de 1992. A propósito da sua reunião no ano passado, e o de terem assinado pela Pure Steel Records, a editora aproveitou a ocasião e reeditou o primeiro álbum.
Para um álbum dos anos 90, o som está bastante enraizado na década anterior. Mais curioso é o facto de serem oriundos de Seattle. Há um detalhe, que também é importante referir. O álbum é de 92 mas a banda foi formada no início da década de oitenta e é natural que esteja aí enraizada toda a sua identidade, não cedendo às modas do momento. A questão que se coloca com isso é apenas uma... será que vinte anos depois este álbum de estreia tem algum impacto além da pura nostalgia e curiosidade pela banda que é uma das recentes contratações da Pure Steel Records?
Resposta hesitante. Temos bons temas, revelando alguma versatilidade na composição, usando um pouco mais o mid-tempo, sem ter receios de usar som de teclados algo datado, criando o tal ambiente nostálgico, que até resulta em músicas como a "Infinite Quest", "Light Me Up" (esta com um grande lead de guitarra bem setentista no início) e a "Glass Castles" mas o sentimento e principalmente o cheiro a mofo não deixa de aparecer ocasionalmente. Não envelheceu muito bem, mas tem qualidade suficiente para valer a reedição. Fica-se no meio termo.
Nota: 6/10
Review por Fernando Ferreira
