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Hatriot - "Heroes Of Origin" Review


Steve Zetro Souza. Sabem quem é? Qualquer fã de thrash metal conhece, ou deveria conhecer este vocalista. Steve Zetro Souza foi o vocalista dos primórdios dos Testament, quando estes ainda se chamavam Legacy e ficou reconhecido como vocalista dos Exodus, tendo gravado com a banda cinco álbuns, entre os quais "Fabulous Disaster" e "Tempo Of The Damned". 

O vocalista saiu definitivamente dos Exodus em 2004, após "Tempo Of The Damned", para se poder dedicar à família, e desde então tem estado noutros projectos como os Tenet e os Dublin Death Patrol (neste segundo partilha as responsabilidades vocais com Chuck Billy dos Testament), mas ao que parece é com os novos Hatriot, fundados em 2010, que Steve Zetro Souza está apostado em recuperar o tempo perdido e voltar em força. A ironia do destino, é que o vocalista saiu dos Exodus por causa da família, e agora tem dois filhos consigo nos Hatriot, Nick Souza na bateria e Cody Souza no baixo. 

A grande voz de Steve Zetro Souza, uma das melhores e mais singulares do thrash metal, é logo meia banda mas, é caso para dizer que filho de peixe sabe nadar. Por muito que o vocalista esteja ao seu melhor nível e que o seu timbre carismático puxe o álbum para cima qualitativamente, isso por si só não significa um grande álbum. A dupla de filhos Souza forma, sem dúvida, uma secção rítmica forte e dinâmica e os também muitos jovens Kosta V. e Miguel Esparza, formam uma dupla de guitarristas de respeito, seguindo com muita mestria a escola do thrash norte-americano, aprendida nos manuais de Exodus, Testament e Slayer.

O frontman da banda disse numa entrevista recente, que o álbum de estreia dos Hatriot é uma continuação de "Tempo Of The Damned", dos Exodus. A leitura do vocalista está parcialmente acertada, uma vez que os dez temas de "Heroes Of Origin" contém muitas similaridades com a sua antiga banda e o último álbum que gravou com a mesma, mas o primeiro álbum dos três Souzas é mais thrash old school e veloz do que o álbum supracitado dos Exodus, embora contenha algumas secções com groove, elemento mais presente no álbum de 2004 do colectivo de Gary Holt e companhia. O álbum foi gravado por Juan Urteaga, que já trabalhou com nomes como Exodus, Testament, Machine Head e Heathen, conseguindo um som moderno, poderoso e definido para estas músicas.

Quanto a temas em destaque neste álbum, são todos, sendo injusto referir apenas alguns. Este é um disco de uma solidez impressionante, sem fillers, e que vale por cada tema individualmente mas, sobertudo, pelo seu todo. 

Steve Zetro Souza está de parabéns, o vocalista está perto de atingir os 50 anos e apresenta-se em grande forma e ainda com vontade de abraçar o género que lhe deu reconhecimento, o thrash metal, de um modo tão convicto como no início da sua carreira, e isso é de louvar.

Agora só nos resta esperar que os Hatriot tenham continuação e que façam álbuns tão bons, ou quiçá até melhores que este. Para já devemos concentrar-nos em apreciar aquele que será certamente um dos melhores, ou mesmo o melhor álbum de thrash metal de 2013. Com discos destes é caso para reafirmar que o thrash metal está vivo e com grande vitalidade.

Nota: 8.6/10

Review por Mário Santos Rodrigues