About Me

Jolly - "The Audio Guide To Happiness (Part II)" Review


Uma das coisas acerca do metal/rock progressivo é o facto de se estarem sempre a descobrir novos talentos. Tal facto é posto em evidência novamente com os Jolly, um colectivo americano que tem vindo a dar cartas e que lança este ano o seu terceiro registo de originais. Intitulado "The Audio Guide To Happiness (Part II)", este registo é a segunda parte de um conceito com o mesmo nome, cujo objectivo da banda é criar uma sonoridade que proporcione alegria e felicidade a quem o ouça.

Após uma introdução que nos diz para ouvirmos a parte uma deste conceito, esta terapia sonora para a felicidade, tem início com "Firewell", que entra com um riff de guitarra bastante pesado, mas carregado de groove que serve de introdução à voz de Anadale, enquanto se enquadra com uma atmosfera bem temperada com teclados discretos, mas bem colocados. Depois do excelente cartão-de-visita que nos apanha desprevenidos, no bom sentido, segue-se "You Against The World" que traz um momento mais calmo, o que remete sem dúvida para a vincada influência dos Riverside, se bem que consigam destacar-se deles, na medida em que conseguem ser um pouco mais extremos e com eficácia. Destaque ainda neste tema para a voz de Anadale que se revela aqui com bastante potencial. Após uma pausa serena, mas não aborrecida, na dinâmica do álbum, "Dust Nation Bleak" volta com o peso e com riffs com uma coesão rítmica extraordinária, dando uns toques meshuggianos à sua sonoridade. Uma das mais-valias deste registo é o facto de, além da versátil dinâmica intrínseca que os temas possuem, a banda conseguir fazer temas de moods diferentes sem mostrar negligência alguma. Depois de mais uma jornada de contemplação cósmica, "While We Slept In Burning Shades" traz-nos um tema mais convencional com uma atmosfera mais familiar e com um excelente trabalho de teclas por parte de Joe Reilley. "Despite the Shell" é um tema onde podemos ver em evidência que Anadale não é só um grande vocalista conseguindo fazer solos de guitarra extremamente melódicos e tocantes.

No final deste registo, a sensação que obtemos é a de que os Jolly com as suas capacidades, mostram que atingem uma maturidade sonora que demonstra que ainda têm bastante para dar e continuar a surpreender. E se o objectivo era transmitir uma ínfima alegria, digamos que esse propósito foi atingido sem sombra de dúvida!

Nota: 8.7/10

Review por Ruben Mineiro