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The Flight Of Sleipnir - "Saga" Review


Alguns meses depois da compilação "Ascension", os The Flight Of Sleipnir regressam aos álbuns de originais e com a sua fórmula muito específica de mistura entre doom, stoner e folk. Um folk mais próximo daquilo que uns Agalloch fazem do que propriamente uns Korpiklaani. Com um início bem barulhento, intitulado "Prologue" que por dois minutos dá as boas vindas a "Saga", "Reaffirmation" e "Reverence" acalmam os ânimos com duas belas músicas onde a distorção só dá mesmo ar da sua graça a meio da segunda música, que vai crescendo de intensidade. Só em "Harrowing Desperation" é que a distorção mais opressiva dá ar das sua graça, assim como as vocalizações gritadas, intercalando, mesmo assim com momentos mais calmos.

É a definição de "Saga", que há primeira até pode ser considerada como inteligente, de forma a criar dinâmica ao longo da audição do álbum. O problema é que a solução esgota-se rapidamente e o álbum é longo demais (uma hora) e o ouvinte é atirado para dois estados diferentes demasiadas vezes, os quais não têm muita ligação na maior parte dos momentos em que isso acontece, ficando a ideia de que se tem aqui duas bandas diferentes. Malhas como "Heavy Rest The Chains Of The Damned" cativam pela sua simplicidade e eficácia retro, sem dúvida, focando mais no stoner/doom clássico do que na vertente folk, mas de seguida tem-se logo a "Judgement" que já possui uma vertente mais doom metal, enquanto na "The Mountain" já pega novamente no lado mais puro folk acústico.

Apesar das músicas serem quase todas donas de uma qualidade acima da média, não são tão boas ao ponto de que, juntas, façam de "Saga" um álbum com várias texturas dispersas que fique na memória. É o típico caso de um álbum em que as suas músicas funcionam todas melhor se separadas uma das outras, onde se descaca a "Hour Of Cessation" como o momento mais alto do álbum. É um álbum que define a identidade do duo americano como dispersa. Poderia resultar melhor do que aquilo que resultou mesmo.
 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira