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Blackmore's Night - "Dancer And The Moon" Review


Parece que ainda foi ontem que Ritchie Blackmore desistiu da música pesada (o último álbum foi "Stranger In Us All" dos Rainbow) e se juntou à sua mulher, a jovem Candice Night e criaram um projecto de música renascentista/folk/celta, que tinha como intenção explorar por inteiro a sonoridade que Blackmore sempre explorou na sua música desde o início da sua carreira. Isto foi em 1997, altura do lançamento primeiro álbum do projecto "Blackmore's Night, "Shadow  Of The Moon". Entretanto já lá vão mais de quinze anos e oito álbuns de originais, sendo este "Dancer And The Moon", o último.

Por esta altura, já não será qualquer surpresa a sonoridade do projecto e o que temos aqui em quase uma hora de música é a sensibilidade folk que o duo já nos habituou, ora de uma perspectiva festiva ("Troika" e "Dancer And The Moon") ora de uma perspectiva mais introspectiva ("The Last Leaf", "The Ashgrove" e "The Spinner's Tale"), ora com um feeling mais ligeiro (a música de abertura "I Think It's Going To Rain" que até direito a um solo de guitarra electríca que encaixa como uma luva na composição)

Além disso também se tem músicas que foram feitas para ser cantadas e entoadas ao vivo pelo público ("Lady In Black e a já mencionada faixa título), os instrumentais com o feeling medieval ("Minstrels In The Hall", "Galliard" e "Carry On... Jon", uma sentida homenagem ao velho companheiro de banda que faleceu recentemente, Jon Lord) e uma cover do clássico dos Rainbow, "Temple Of The King" que fica arrepiante com a voz de Candice - talvez uma homenagem a Ronnie James Dio. A que talvez pode surpreender será a "The Moon Is Shining (Somewhere Over The Sea"), a mais electrica e electrónica mas mesmo assim, incapaz de descaracterizar a identidade da banda.

É um álbum que saciará sem dúvida os fãs, com composições que evocam muitas imagens, principalmente para aqueles que gostam de música celta/tradicional do Reino Unido. Certo que é música, em grande parte, feita para ser tocada num palco, de preferência em feiras medievais,  mas que, mesmo com um encanto reduzido em estúdio, não deixa de ser um item obrigatório em qualquer audioteca que se preze.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira