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Reportagem: Black Widows e Lord of Confusion @ RCA Club, Lisboa – 22.11.2025


Entre tantos concertos de celebração que vão acontecendo no nosso país, normalmente de bandas estrangeiras, eis que as “nossas” Black Widows atingiram a bonita idade de 30 anos e decidiram assinalar o momento. Este número tão redondinho é motivo mais que suficiente para celebrar, num evento com muitos pontos de interesse. Desde a banda de abertura, a escolha da sala, passando pelos convidados, sem esquecer os dois singles lançados recentemente. Os ingredientes pareciam estar todos.
Ainda não mencionei um dos mais importantes: o público e esse também soube dizer presente neste dia tão importante para as viúvas. Pouco antes das 21h00, quando os Lord of Confusion deram início à sua atuação, já a sala se encontrava muito bem composta. A banda de Leiria aproveitou a vinda à Capital para dar a conhecer a sua sonoridade doom/stoner, numa atuação cheia de misticismo e pormenores que pareceu agradar a quem assistia. Foram poucos temas, mas foram músicas longas as interpretadas pelo quarteto, com ritmos simples, mas daqueles que a malta gosta. Deixaram o palco ao som de fortes aplausos.

Quando se voltaram a acender as luzes no palco e a música se fez ouvir, muitos foram apanhados de surpresa. “Havia mais uma banda de suporte?” era a pergunta que se ouvia entre o público. De facto, apenas homens se encontravam no palco. Rapidamente se percebeu que se tratava de um tema das Black Widows, o que estava a ser interpretado, findo o qual, os instrumentos regressaram aos seus legítimos donos. Agora sim, tínhamos as Black Widows em palco. Foi a sua forma de dizer que o que é realmente importante é a música e não se os intérpretes são deste, ou daquele género. Há 30 anos teve importância, hoje essas barreiras foram ultrapassadas.
Um ligeiro problema com o baixo de Cátia Carvalho não foi suficiente para assombrar uma atuação tão boa como aquela que o quinteto deu nesta noite. Houve tempo para a vocalista e guitarrista, Rute Fevereiro, lembrar Carla Marques com “She Decided To Die” e dedicar “Womb” aos seus filhos antes de começarem a subir novos convidados ao palco. Primeiro foi Cristina Lopes, dos Ethereal para ajudar a cantar “Schizo” e pouco depois, Anna e Igor, respetivamente teclista e vocalista dos Dreamslain. Mais perto do final, Iris cedeu a sua guitarra a Joana Ochôa, dos Nekrochaparro, para que também ela estivesse “Among the Brave Ones”.

Antes de partir para o último tema da noite, houve tempo para os habituais agradecimentos e para Rute perguntar quem se lembrou de oferecer o bolo de aniversário que apareceu nos bastidores. O mais recente single, “the Seer” foi o culminar desta pujante atuação.
Apenas nos resta desejar muitos mais anos de atividade a esta banda nacional e que continuem a fazer boa música e a dar bons espetáculos, como o desta noite. Parabéns.

Texto por António Rodrigues
Agradecimentos: Black Widows