Encontramos nos Hybrid mais um bom motivo para estarmos atentos à cena musical espanhola. Nascidos em 2004, fruto da reunião de ex-elementos de bandas como os Human Mincer e Wormed, os Hybrid definiram novos padrões musicais para o seu futuro enquanto músicos. O ambicioso objectivo de criar um projecto de música que fugisse ao “normal” começou a dar frutos em 2006, com a edição do seu primeiro MCD intitulado “Beyond Undeniable Entropy”, depois de uma primeira demo em 2005. Em seguida, 2008, editam o primeiro trabalho de originais, “The 8th Plague”. Com uma cada vez maior e melhor recepção junto aos ouvintes e da imprensa, juntamente com participações ao vivo com bandas de renome mundial (Tool, Deftones, Cephalic Carnage, Napalm Death, etc.), os Hybrid em 2013, chegam ao seu segundo álbum de nome “Angst”.
Esta nova proposta dos Hybrid oferece-nos uma sonoridade áspera, diria até que enferrujada no campo de um Death Metal que tudo tem de técnico, experimental e progressivo. As classificações que utilizei atrás devem-se porque, ao contrário da maioria das bandas deste estilo, que encontram produções mais polidas, talvez de mais fácil audição, os Hybrid exploram esta musicalidade fugindo a essa tendência. Assumindo como é óbvio um risco de proporções titânicas. Mas é isso mesmo que nos prende ainda mais ao ouvir este “Angst”, porque ajuda-o a crescer e não o torna previsível. Por isso o risco reverteu-se numa aposta ganha.
Temos aqui um disco com todas as ideias e influências que é suposto uma banda como os Hybrid ter e isso não tem nada de mal. A roda está inventada, o fogo também, por isso a mais valia reside em saber como combinar todos estes ingredientes de forma criativa e sincera. Não esperem ouvir uma fórmula já testada e controlada, pois ouvir este “Angst” é como andar na rua, em plena luz do dia, de olhos fechados. Simultaneamente dá-nos músicas fortes, dinâmicas, aceleradas, melódicas e furiosas, sempre com a dose certa de improvisação necessária para que, durante os seus 35 minutos, nos mantenha hipnotizados.
Nota: 8.3/10
Review por Pedro Pedra
