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Kalmah - "Seventh Symphony" Review


Chamar a um disco de Seventh Symphony, tendo em conta o quão marcante este título foi na história da música erudita e em geral, revela no mínimo uma enorme ambição e confiança no material composto. É certo que os Kalmah até são uma banda que por norma não desilude, mas ainda assim será que Seventh Symphony está ao nível do seu mítico título?

Claro que não, mas isso não quer dizer que Seventh Symphony, não seja passível de ganhar um destaque especial na discografia dos Kalmah. De facto desta vez esmeraram-se mesmo e o que aqui temos são 41 minutos de música pesada de qualidade, da forma que os Kalmah tão bem fazem, daí que não esperem grandes surpresas. É certo que no início foram catalogados como mais um clone dos Children of Bodom, mas o caminho tomado por ambas as bandas é de tal modo inverso, que hoje em dia chega a ser ofensivo para o colectivo de Oulu tais comparações (embora a bem da verdade o novo disco de Alexi Lahlo e companhia tenha sido uma agradável surpresa).

Seventh Symphony serve também de batismo discográfico do novo elemento Veli-Matti Kananen (ex-Tacere) nos teclados, que apesar do bom trabalho confirma uma vez mais que os Kalmah, não são banda para deixar que estes e outras componentes mais sinfónicas se sobreponham à pujança das guitarras, ainda a força motriz do death metal melódico dos finlandeses.

Convêm dizer que colar esse rótulo aos Kalmah será no entanto um pouco redutor, e pondo na mesma de parte a dita componente sinfónica, o que não falta em Seventh Symphony são momentos menos comuns ao género em questão. A faixa título, por exemplo, abre o disco de forma suficientemente avassaladora, para que o ouvinte, caso não esteja familiarizado com os Kalmah, se interrogue sobre a possibilidade de estar na presença de um disco de Black Metal. Mas ao longo de Seventh Symphony outros apontamentos do mesmo cariz se manifestam, como o excelente riff tremolo de Wolves on the Throne, um dos grandes temas aqui presentes. Pikemaster, outro grande momento, mostra a faceta mais directa dos Kalmah, recheada de excelentes solos, na onda daquilo que a banda nos tem vindo a oferecer quase desde o início da sua actividade.

Em suma, o que mais há a destacar de Seventh Symphony, é que aparentemente os Kalmah continuam em crescendo, e para um colectivo pouco dado a mudanças, não deixa de ser bastante meritório.

Nota: 8.3/10

Review por António Salazar Antunes