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Pat Travers - "Can Do" Review


Um dos mais persistentes e clássicos músicos da música rock americana está de volta, pelas mãos da Frontiers (who else?), com o seu vigésimo terceiro álbum (!), mais coisa menos coisa - eles são tantos que é difícil tomar nota de todos. Com o seu feeling clássico de hard rock, a mistura com o blues e até alguns pormenores de jazz que aparecem aqui e ali, em pequenas doses. A faixa título surge logo de início como uma afirmação de intenções, uma faixa forte de rock, cheia de raça.

Aliás, estas características estão presentes no álbum todo, rock energético e/ou com feeling - "Long Time Gone" parece que foi gravada em 77, não fosse a produção moderna, e isto funciona a seu favor, já que não há altura melhor para ir buscar inspiração do que a década de setenta. Um feeling que faixas diferentes, mais calmas como "Wanted (That Was Then, This Is Now)", também capturam. Haverão aqueles que considerão que este álbum soa datado (pelas suas composições, não pelo seu som) mas o hard rock é intemporal e quando tem uma produção destas, em que tudo soa bem, só restam desculpas para que não se consiga apreciar.

Hard rock, blues e boogie rock, viciantes desde o início até ao fim, daquelas para ouvir numa viagem em que o dia tem o céu azul e o sol a queimar - "Armed & Dangerous" tem uma slide guitar e slide guitar é sinónimo de road trip em dias de calor, tal como a "Dust & Bones". A surpresa do álbum vem da cover inesperada dos Eurythmics, "Here Comes The Rain", em que uma faixa de pop dos anos oitenta é transformada num apelativo blues rock, que se torna viciante - continua a ter as manhas de uma música pop. Resumindo, é um grande álbum de rock pesado que agradará a todos aqueles que veneram o estilo e que se sentem abandonados pela escassez de boas propostas neste novo milénio. Elas andam aí, têm é que se procurar bem.

 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira