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Fergie Fredriksen - "Any Given Moment" Review


A Frontiers é sem sombra de dúvidas a maior editora de hard rock a nível mundial, tendo conseguido recuperar muitos dos grandes nomes do rock melódico ao hard rock, numa altura em que ninguém se interessava em pegar no estilo, em que já não era viável comercialmente. As constantes edições e o sucesso de algumas delas - é certo que umas têm mais qualidade que outras - fizeram com que hoje em dia haja um maior interesse por algo que grande parte da crítica tinha votado à extinção.

Fergie Fredriksen será talvez mais conhecido como ex-vocalista dos Toto, tendo passado também pelos Angel e pelos LeRoux, e embora esteja longe das lides há bastante tempo, o tempo que este afastado (ou pelo menos, longe do radar) não beliscou em nada o seu talento. A sua voz surge aqui com um fulgor impressionante, naquele que é o melhor veículo para a mesma, bom rock melódico (ou AOR). E essa é a questão chave. De nada serve uma boa voz, se não existirem músicas à altura para a alimentarem. "Any Given Moment" deixa qualquer apreciador de AOR descansado nesse ponto.

Bom rock, com bons riffs, melodias que se colam ao ouvido assim, como coros e refrões marcantes, sem falar no ocasional solo de guitarra com feeling. Bateria segura com o baixo a assegurar o ritmo certo como um relógio suiço e com os teclados discretos mas revelando-se uma peça essencial em cada um das composições. E nem só do passado vive esta proposta. Uma faixa como "Not Alone" consegue ter elementos mais modernos - alguma electrónica - e mesmo assim não disvirtuar a essência do seu som.

Claro que falando de AOR temos que ter as (in)dispensáveis baladas, que no passado davam a ideia de existirem apenas para serem singles para a rádio, uma forma de comercialização mais fácil. Nestes tempos em que o AOR é praticamente ignorado pelas rádios comerciais desse mundo a fora, não será certamente músicas como "I'll Be The One" e "How Many Roads" que vão mudar as coisas. Não deixam de ter alguns dos elementos que ditaram a morte do estilo e podem ser apelidadas de azeiteiras e foleiras, no entanto, mesmo assim, não deixam de ter um brilho e uma qualidade que não se conseguem encontrar facilmente nas músicas dos tops acualmente.

Num espécie de brinde, no final do álbum temos ua versão dos Toto na forma de "Angel Don't Cry", que não soa nada deslocada do resto do álbum. "Any Given Moment" é excelente regresso por parte de uma voz com demasiado talento para estar tanto tempo afastada de um microfone. Com um feeling clássico, que parece ter saído directamente da década de oitenta, este trabalho é uma lição de como fazer rock melódico, o que para todos os saudosistas e amantes do género, é algo que nunca é demais.
 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira