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Mechina - "Empyrean" Review


Se retirarmos a densa cobertura de teclados e as vozes guturais da música dos Mechina e deixarmos apenas a bateria e as guitarras temos os Fear Factory. Até as vocalizações melódicas se assemelham às de Burton C. Bell. Mas calma, pois, se bem que o esqueleto dos Mechina é o de um metal industrial muito idêntico ao dos Fear Factory, a carne e a pele são, felizmente, mais originais.

Esta banda de Illinois traz na sua música a aura futurista e espacial da qual bebem inspiração para as letras dos temas. Os teclados desempenham o papel principal na sonoridade dos Mechina e são trabalhados com uma especial inclinação para o épico e, como tinha mesmo de ser neste caso, para a temática sci-fi. Acrescentam também canto feminino, ocasionais riffs de death metal e um ou outro momento com vozes corais, tudo isto injectado em melodias velozes e pujantes.

Em “Empyrean” os Mechina querem que cada tema seja poderoso e grandioso, tentando fazer com que cada minuto seja puro delírio auditivo e talvez seja por essa razão que não o conseguem fazer: “Empyrean” está composto parecendo que a banda está sempre no seu auge e isso quebra a intensidade que o ouvinte pode sentir ao ouvi-lo. É verdade que “Asterion”, o primeiro tema do disco logo após a intro, tem garra e alma, mas deixa de ser assim tão marcante após os primeiros dois minutos. Contudo, que se registe que “Empyrean” tem muitos bons momentos como é o caso da grandiosidade - esta sim, muito bem conseguida – de “Anathema”, o refrão orelhudo de “Infineon” ou a umbra Melancólica de “Terminus”. 

“Empyrean” já é o terceiro disco a ser totalmente financiado pela banda, o que é de louvar pelo empenho e qualidade que os Mechina aqui colocam e de surpreender por não haver nenhuma editora que lhes queira pegar, pois têm muitos pontos fortes e este álbum, forte, diversificado e rico em melodias potentes merece consideração. A influência de Fear Factory é muito grande, verdade seja dita, e muito difícil de desassociar, mesmo com as diferenças óbvias entre uma banda e outra, mas “Empyrean” é um disco muito agradável e que vai fazer com que quem o oiça volte a ouvir por mais que duas vezes, tanto pela sua acessibilidade como pela sua qualidade, mesmo estando longe de ser perfeito.

Nota: 7.4/10

Review por Tiago Neves