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Sound of Contact - "Dimensionaut" Review


Depois de no ano passado ter sido lançado o disco de estreia dos Headspace, um colectivo erguido sobre a batuta de Oliver Wakeman, filho de Rick Wakeman, este ano é possível assistir também ao lançamento de mais um trabalho discográfico sobre a égide de um filho de uma outra lenda viva do rock. Neste caso Simon Collins o primogénito de ninguém menos que Phill Collins, o enigmático baterista e mais tarde vocalista dos Genesis, que edita o seu primeiro trabalho Dimensionaut com os Sound of Contact, através da Inside Out.  

Um projecto que para além do supracitado músico no campo vocal e bateria (como seria de esperar), conta ainda com Dave Kerzner (Sonic Reallity) nos teclados e vozes, e alguns músicos convidados como Matt Dorsey e Kelly Nordstrom na guitarra e baixo, bem como a vocalista Hannah Stobart.

Ora com um selo destes e tendo em conta os músicos em questão, não será de estranhar que o disco se encontre nos meandros do rock progressivo, com inspiração nos anos 70, como é bem perceptível ao ouvir a divagação instrumental de "Cosmic Distance Ladder", que “abre” o disco após a breve introdução "Sound of Contact". É notório que os músicos ao longo destas 12 composições se dedicam a explorar diversos tipos de estruturas e estados de espírito, ou não fosse este um conceito envolvendo a dimensão humana num cenário de ficção científica.

Daí que embora a destreza dos músicos seja por demais evidente, é mesmo numa componente emocional muito forte que "Dimensionaut" tem o seu grande foco, que é manifestado por exemplo na delicadeza de um tema como "I am Dimensionaut", ou na beleza subtil das linhas vocais de "Beyond Illumination" (com Hannah Stobart). Temas que pese embora estejam longe do básico, têm uma componente envolvente muito forte. De referir que embora "Simon Collins" não tenha o mesmo carisma vocal do pai, há que admitir que a sua voz revela ser bem mais versátil, o que acaba por ser um bónus bem considerável num trabalho desta envergadura.

Moderno, apesar das suas influências, complexo ainda que subtil, Demensionaut é uma boa estreia e um disco que merece que se invista um pouco de tempo a descobri-lo.

Nota: 8.3/10

Review por António Salazar Antunes