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Hail Of Bullets - "III - The Rommel Chronicles" Review



Será sempre um ponto de partida para qualquer conversa cujo assunto seja Hail Of Bullets, o facto de terem ocupado o lugar dos Bolt Thrower, que não estão oficialmente defuntos mas que também não fazem nada para provar que estão vivos. O terceiro álbum do super-grupo holandês (que ainda conta com a formação original onde pontifica Martin Van Drunen dos Asphyx e ex-vocalista dos... Bolt Thrower) continua a contar-nos histórias de guerra à boa maneira Bolt Throwiana e a segunda guerra mundial continua a ser o tema de eleição, deixando desta vez o Japão para traz e focando-se na vida no oficial nazi, Erwin Rommel, que ficou conhecido principalmente pela sua campanha na África (o principal foco do álbum) e pela sua participação num dos vários atentados a Hitler.

O tom negro necessário para que a música encaixe na história está assegurado, sendo que este é provavelmente o álbum em que o ambiente é opressivo (ainda mais que nos outros álbuns - considerando que estamos a falar de death metal e as melodias são sempre quase fúnebres ou épicas, ou ambas, não deixa de ser assinalável) e as melodias ainda acentuam mais esse factor negro e opressivo, no entanto, fica a ideia geral de que faltam aqueles ganchos tipicamente Hail Of Bullets (que é como dizer, Bolt Thrower). No entanto, o essencial que se conhece da banda continua presente - as melodias antémicas que gritam guerra por todo o lado como na "To The Last Breath Of Man And Beast" e que fazem com que o ouvinte faça parte da música, parte da história.

A produção é impecável, com um ligeiro sabor sueco, do qual não será alheio o facto de Dan Swanö ter sido quem tratou da mistura e masterização, enquanto a produção ficou a cargo de Ed Warby, o baterista. Com a dinâmica que lhes reconhecemos, os Hail Of Bullets assumem-se oficialmente (ao terceiro álbum já não há hipótese de voltar atrás) como a instituição de death metal bélico, ocupando o lugar deixado vago pela banda britânica. Este álbum não é perfeito - a falta dos já mencionados ganchos melódicos - nem é o melhor da sua carreira, mas tem valor suficiente para ser um grande álbum de death metal e há aqui muito material para transpor para cima de um palco. É dos típicos casos que mesmo em baixo de forma dão quinze a zero ao adversário.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira