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Wizard - "Trail Of Death" Review


Os Wizard são já uma instituição do heavy metal/power metal alemão, com quase trinta anos de carreira e com este "Trail Of Death" a ser o décimo registo de estúdio, não deixando de ser uma registo impressionante para um estilo que conheceu dias bem amargos uns anos atrás, mas que agora está a ganhar cada vez mais adeptos. É certo que o power metal dos Wizard sempre foi um pouco arraçado do americano, ou seja, aquele som mais forte do que propriamente melódico, o que também faz com que a intolerância que o fã de metal possa ter a melodias fáceis e vocalistas com tendência para partir vidraceiras cada vez que abrem a boca não se manifeste tanto.

Para já, um pequeno apontamento tem que ser feito. Começar um álbum com um tema intitulado "Creeping Death" poderá não ser a melhor ideia. Para quem gosta de álbuns de covers será uma decepção verificar que se trata de um original dos Wizard e para quem não gosta de álbuns de covers também poderá ser uma razão para largar o álbum e procurar outra coisa. Ok, um título de uma música não seria suficiente para isso, é claramente um exagero. Até poderá ser, mas tendo outro tema chamado de "Angel Of Death", mais facilmente poderá acontecer algo assim. É difícil ser original hoje em dia, mas certas coisas devem ser evitadas. Isso e ter uma faixa chamada "Angel Of The Dark" seguida de "Angel Of Death", também não será a melhor táctica.

Não deixam de ser tudo questões secundárias, porque no final o que interessa é mesmo a música e a que se pode ouvir aqui tem definitivamente qualidade, com refrões marcantes - uma das armas secretas do género - bons riffs de guitarras e bons solos, mas sem grandes argumentos para fazer com que se ganhe interesse pela banda. E claro, não faltaria uma música sobre metal, à boa e velha maneira dos Manowar, naquela que é a faixa mais Manowar do álbum - bem melhor do que qualquer uma do último álbum - mesmo com uma letra para lá de absurda. O título ajuda a desvendar um pouco o mistério: "We Won't Die For Metal". Basicamente é uma história sobre amor ao género, em que o refrão diz algo como "estamos todos unidos, todos a lutar, defensores do metal, lado a lado, não morremos pelo metal mas vivemos "loud" e orgulhosos". Seria algo como ter uma música de amor em que o refrão fosse "amo-te mais ou menos". Entretem pela boa disposição.

No geral é um bom álbum do género mas falta-lhe fôlego para cativar novos fãs. Falta-lhe malhas para animar os velhos fãs. É a velha história de um álbum que se ouve bem, que não se consegue apontar defeitos (pelo menos musicalmente, esquecendo todas as questões com as letras e com os títulos das músicas, mas que também não se consegue fazer rasgados elogios. Algo no meio, portanto.


Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira