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Necrophobic - "Womb Of Lilithu" Review


Os Necrophobic vêm da cena de death metal sueca, mas sempre andaram com um pé no black metal e este seu sétimo álbum é talvez aquele que mais finca o pé no estilo. As melodias death metal tipicamente sueco estão presentes mas há um certo ambiente negro ainda mais marcante do que aquilo que é costume por parte da banda. A intro que tem como título o nome do álbum faz lembrar as intros típicas do black metal melódico dos anos noventa - o que não é muito bom sinal, mas assim que "Splendour Nigri Solis" começa a soar, o medo por uma mudança demasiado brusca decresce. É notável o som mais forte, mais limpo, o uso de ambiências criadas por sintetizadores. É um outro nível, não sendo certo que esse novo nível é melhor do que o anterior.

Necrophobic sempre foi death metal enegrecido mas sobretudo javardo. E o que parece aqui é que os suecos tomaram banho, mas depois disso, agora é que ficou um certo cheiro estranho. Não cheira mal mas também não cheira bem. "Splendour Nigri Solis" é realmente uma grande malha, mas é das poucas que se tornam memoráveis. É de assinalar o trabalho da guitarra solo, mas em muitos casos, é a única coisa que se destaca na música. Quando as coisas correm mais ou menos bem, existe um bom equilíbrio entre a melodia e a brutalidade - como na "Astaroth", mas há um sentimento de comparação com black metal melódico que nem sempre é positivo. Depois há outro problema, o álbum é enorme. Quase setenta minutos de música com catorze músicas seria excelente se a qualidade das músicas fosse toda elevada, mas tal nem sempre acontece, infelizmente.

Seria preferível emagrecer um pouco o álbum, fortalecendo-o. Não querem todas estas queixas dizer que se trata da ruína dos Necrophobic e que é um álbum fraco. Nada disso. Apenas não é tão forte como os anteriores, como aquilo que a banda sueca já nos habituou, se calhar mal. Demonstra claramente ambição e sem dúvida que este é o álbum com melhor som de sempre da banda e com mais cuidado nos arranjos, o que é irónico é que tudo isso resulte no álbum mais fraco dos últimos trabalhos do grupo. O próximo dirá se este foi um trabalho de transição, uma experiência apenas ou se vão seguir por este caminho, mas tendo em conta as últimas notícias acerca do vocalista (agora, ex-vocalista) Tobias Sidegård, pode-se tentar prever que o futuro está em aberto.

Os fãs não vão desgostar embora certamente estivessem à espera de mais. Apesar dos defeitos anunciados atrás, um bom álbum.


Nota: 7.3/10
 
Review por Fernando Ferreira