About Me

Septicflesh - "Ophidian Wheel" Review


Terceiro álbum do colectivo grego Septicflesh que na altura que o lançou, em 1997, ainda era Septic Flesh e que foi o início de uma sonoridade mais limpa que a banda foi assumindo no final do século passado. Sonoridade mais limpa, a inclusão de uma soprano (Natalie Rassoulis) e ambientes mais góticos (mais amigáveis para um público que na altura era crescente neste tipo de sonoridades). A Season Of Mist continua a cumprir a missão de reeditar o catálogo dos Septicflesh depois de fazer o mesmo com "Mystic Places Of Dawn" e "Esoptron", tendo esta reedição, tal como as outras anteriores, direito a novo artwork e a faixas bónus para aumentar o interesse sobre o lançamento.

A sonoridade mais limpa e os arranjos cada vez mais sumptuosos e melódicos prepararam o caminho para a, perdoem-me a redundância, revolução que foi "Revolution DNA", que acabou por dividir os fãs da banda que não se conformaram com a falta de agressividade. Esse caminho foi feito de forma progressiva, tendo também pelo meio "A Fallen Temple" que ainda leva mais os elementos sinfónicos aqui contidos e principalmente a faceta experimental que faz parte da banda desde o início da sua carreira. Momentos como "Tartarus" são pequenos indicadores do futuro que viria a ser mas que hoje em dia não soa tão bem, devido ao som dos teclados. Com a evolução tecnológica que se tem vindo a sentir, aquelas orquestrações midi não conseguem deixar de ser aborrecidas. Fica a ideia de banda sonora de jogo computador dos anos noventa, o que não é muito prestigiante para uma banda de metal mais ou menos extremo. "Microcosmos" por exemplo parece um trecho da banda sonora do "Little Big Adventure" e "Enchantment" soa a banda sonora do "Settlers".

Quando a coisa se mantém nos bons e velhos instrumentos (guitarra, baixo e bateria) o interesse sem dúvida que floresce e acentua-se - "On The Topmost Step Of The Earth" é um perfeito exemplo. Independentemente destas questões, é um álbum interessante e que à sua maneira, faz parte da história da banda e da cena onde se insere. É notável a versatilidade que a guitarra ganha aqui principalmente nos solos. Não é tão imponente como o álbum anterior mas também não é tão sujo, o que para este tipo de som é uma desvantagem. Apesar disso, o compromisso não foi atingido, já que a produção soa estéril demais e acaba por enfraquecer a potência que as músicas poderiam ter. É um álbum clássico na discografia da banda, mas além do seu valor histórico, não chega aos calcanhares de tudo que a banda lançou já neste século. O momento mais alto aqui é mesmo a faixa "Shamanic Rite" quem um saudável feeling à la Dead Can Dance.

As faixas bónus são misturas alternativas para o tema título, para "Phallic Litanies" e para "On The Topmost Step Of The Earth" que vão buscar o feeling de "Esoptron" e acabam por torná-las um pouco mais interessantes. Uma reedição indicada para quem gosta da banda, não tem a edição original e quer ter a discografia completa da banda grega.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira