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Triumph, Genus - "Všehorovnost Je Porážkou Převyšujících" Review


Um país onde o não há grande exportação de nomes para o metal, exceptuando os Root e os Master's Hammer num nível mais reconhecido (a nível ainda mais underground, os Inferno são um bom nome), a Républica Checa apresenta os Triumph, Genus, banda que nos impede de dizer que têm um nome estranho, pelo menos quando comparado com o nome do álbum. Só há um género que absorve tão bem línguas exóticas ao inglês, onde embora ninguém perceba os títulos das músicas, também ninguém se importa. Esse estilo é o black metal, que é por onde se movem a banda checa - a voz acaba por ser arraçada de death metal em spoken word (ou spoken word arraçado de death metal, conforme preferirem).

Não há grande história por aqui. Blastbeats a toda a hora, voz carregada de reverb num tom que parece um discurso à nação feito a partir de uma catedral, riffs de guitarra maléficos o suficiente para manter a coisa interessante pelos quatro, cinco minutos, que as músicas em questão têm mais ou menos em média, fruto do trabalho de um duo, sistema que também é moda no mundo do black metal em alternativa às one-man-band. Em vez de ter uma pessoa a tomar conta de tudo, tem-se uma pessoa a tomar conta de tudo, menos da voz, que é precisamente o que faz o outro membro. Embora seja visto como o primeiro longa duração, este trabalho só tem trinta dois minutos distribuídos por seis temas, o que acaba por ser um pouco curto, mas aí surge outra questão determinante. A dinâmica entre as diversas músicas são tão poucas que trinta e dois minutos acaba por ser a conta perfeita.

Não é original, não é bonito e não é perfeito, o que tudo junto poderá fazer um grande trabalho de black metal. É inegável que o feeling da produção de ensaio de domingo que até ficou bem gravado é mais sedutor, do que aquilo que se esperaria, mas com a qualidade dos lançamentos que se tem todos dias do género, não se consegue ficar de boca aberta com o que se ouve aqui. Não sendo mau, também não é excelente, o que nos dias de hoje fica na categoria intermédia, que será o mesmo que dizer, obscuridade, pelo menos por agora. Talvez os checos nos surpreendam num futuro, mas por agora, não apresentam argumentos para que sejam seguidos atentamente e que lhes seja dada muita atenção.


Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira