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Reportagem: Rhino Bucket, Fast Eddie Nelson @ Musicbox, Lisboa - 11-03-2014


Esgotado. Durante a tarde, a Clap/-Box informava que os bilhetes para o regresso de Rhino Bucket a Lisboa estavam todos vendidos. Aguardava-se, por isso, que o pequeno Music Box estivesse a rebentar pelas costuras, visão essa que foi confirmada pela extensa fila que se formou a partir da entrada. A conta gotas, gente de quase todas as idades foi entrando e ocupando o seu metro quadrado de chão, enquanto Fast Eddie Nelson arrancava com a noite no que ao palco diz respeito.

O rock n’ roller nacional, sozinho e munido de uma guitarra, microfone e bombo, trouxe à noite uma curta dose de rock sulista bem disposto e ligeiro, com aquele toque de blues a colocar muitos a baterem o pé e a participarem neste começo de festa. Entre os temas, os aplausos faziam crer que as pessoas estavam a passar um bom bocado, e a atitude descomprometida do actor principal contribuiu positivamente para um ambiente que preparou bem o que se seguiria, e no qual só faltaram as cowgirls sobre o balcão. 


Após uma espera não muito demorada, os californianos Rhino Bucket subiram ao palco para gáudio de uma plateia entusiasta. A banda de Hard Rock liderada por Georg Dolivo, vai caminhando para os 30 anos de existência mas não dá especiais mostras de cansaço, apresentando-se em excelente forma no palco do Music Box, onde já havia tocado há sensivelmente três anos. Com uma qualidade de som muito muito boa, onde tudo soava bem, definido e a roçar o que se pode ouvir em disco, o quarteto abriu a actuação com “One Night Stand”, e desde logo se percebeu que o público estava ali para interagir com a banda e ter uma noite à séria, de grandes guitarradas e muitas idas ao bar, independentemente do dia seguinte significar o regresso à vida real. O Hard Rock e a voz suja de Dolivo, à la Bon Scott (AC/DC), conquistaram rapidamente a sala e os clássicos espalhados pelos seis álbuns de originais foram-se sucedendo uns atrás dos outros, quase sempre com digno acompanhamento por parte dos fãs. “Beat to Death Like a Dog” teve talvez o refrão entoado com maior amplitude, mas “Welcome to Hell” (não, não é uma cover de Venom), “Beg For Your Love”, “Monkey Boy Highway” ou “Ride the Rhino”, quando já caminhávamos para o fim, provaram ser grandes temas e com tremenda vibração. Prometendo virar uns copos após o concerto, os Rhino Bucket deram por concluída a sua enérgica actuação sob fortes aplausos dos seguidores. A banda agradeceu e partiu para Espanha, certamente satisfeita com esta bela noite no mítico Cais do Sodré.


Texto por Carlos Fonte
Fotografia por Joana Soares
Agradecimentos: Clap/Box