No dias 28 e 29 de Março realizou-se mais uma edição do Moita Metal Fest, a décima primeira , evento de referência no que aos festivais de Metal em Portugal diz respeito.
Primeiro Dia - 28 de Março 2014
A abertura do festival ficou a cargo dos Sangue Lusitano. Este projecto instrumental composto por jovens entre os 13 e 18 anos, deu um concerto muito bom que conseguiu surpreender os presentes. Este promissor trio de tenra idade apresentou o seu álbum de estreia, "Caravela", assim como uma música nova que irá fazer parte de um futuro lançamento.
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Os Bleeding Display, um dos nomes fortes do Death Metal nacional, começaram a aquecer o público com uma descarga de brutalidade que não deixou muitos indiferentes, mas as maiores reacções aconteceram aquando do medley composto por três clássicos de Slayer, Kreator e Cannibal Corpse, que incendiaram a plateia que, por esta altura, ainda se estava a compor.
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Seguiram-se os Quartet of Woah! com a sua abordagem do rock, que tem recebido excelentes críticas devido à sua sonoridade que mescla o o rock dos 70's com o stoner rock. O som da banda evidentemente que não apela ao mosh como outras bandas do cartaz, é mais para ser interiorizado e apreciado, mas o público recebeu os Quartet of Woah! com muitos aplausos, mostrando receptividade a um belíssimo concerto.
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O que há a dizer dos Switchtense que ainda não tenha sido dito? Quem já presenciou a concertos destes senhores sabe que esta é uma das melhores bandas de Metal portuguesas ao vivo e isso mesmo ficou bem vincado nesta noite. A banda também já é detentora de um conjunto de malhas fortíssimo que faz com que cada concerto seja devastador do princípio ao fim. Este foi, sem dúvida, um dos melhores concertos de todo o festival e nem se esperava o contrário. Uma palavra para a grande prestação de Rolando Barros, que é, sem dúvida, um dos melhores bateristas do Metal nacional e que tem estado a ajudar os Switchtense ao vivo desde a saída de Xinês, contribuindo ainda mais para a coesão do grupo.
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Três anos após terem fechado o cartaz do primeiro dia da 8ª Moita Metal Fest, os thrashers espanhóis regressaram para encerrar, novamente, a primeira noite de concertos. A banda revelou, em pleno concerto, que irá ficar durante um mês na Moita para gravar o seu próximo álbum, já o quinto da sua carreira. Contudo, antes de o fazerem, tiveram a oportunidade de dar mais um grande concerto em solo nacional, um dos melhores, com os seus habituais temas, sem grandes novidades, mas com um som que torna o mosh e headbanging algo irresistível por parte do público. Pelo meio, Guillermo Izquierdo dedicou a faixa "Corruption" aos políticos portugueses, espanhóis e de todo o mundo. A banda do nosso país vizinho terminou o primeiro e forte dia de concertos da melhor forma, elevando a fasquia para o segundo dia.
Segundo Dia - 29 de Março 2014
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Os Burn Damage abriram o segundo dia do Moita Metal Fest em alta rotação. A sua sonoridade rápida, potente e directa ao ponto resultou num concerto intenso, cujo público, que conseguiu lá estar pelas 15:15, hora do início do concerto, mostrou a sua aprovação. Destaque para o poder vocal impressionante de Inês que impressionou os que ainda não conheciam o projecto.
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O poder continuou com o Death Metal cantado em português, dos Kapitalistas Podridão, que têm Bixo como vocalista/guitarrista, o conhecido guitarrista dos Seven Stitches que aqui dá a conhecer uns guturais de respeito. À brutalidade sonora juntaram-se as letras contra os pedófilos, políticos e criminosos que se tornaram mais incisivas por serem em português. Bom concerto deste projecto que é relativamente recente e que promete.
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Também recentes são os Diabolical Mental State, que foram ao Moita Metal Fest apresentar as músicas do seu EP de estreia, "Basic Social Control". Esta é mais uma banda de Groove/Thrash que tenta sobressair no Metal nacional que tem muitas bandas do género. O quinteto foi competente em palco e tem potencial para mais e melhor tendo ainda algum trabalho pela frente.
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Os Tales For The Unspoken vieram de Coimbra mas não convenceram o público da Moita, tendo protagonizado um dos momentos mais mornos de todo o festival. Mesmo tendo feito algum esforço para agradar, a verdade é que este quinteto não tem, para já, músicas capazes de levar ao rubro uma plateia.
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Em seguida foi a vez da actuação dos Equaleft, um dos colectivos com sonoridade mais desafiante do festival. A sua proposta algo experimental e cheia de groove, vai dar que falar no panorama nacional de peso. O álbum de estreia da banda, "Adapt & Survive", sairá já no próximo mês de Maio e pela óptima amostra ao vivo dada neste concerto será um dos melhores do ano dentro de portas.
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De perto, do Barreiro, vieram os My Enchantment, com o seu Metal mais negro. A banda já conta com 15 anos de carreira e teve diversas mudanças de formação durante a sua existência que atrasaram a sua afirmação definitiva no underground nacional mas, agora, com um line-up renovado, pareceu-nos uma unidade coesa. Apresentaram o seu novíssimo EP, "The Death of Silence", dando um concerto digno de registo.
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Depois da hora de jantar, foi a vez dos Gates of Hell agitarem a plateia com o seu thrash metal moderno e poderoso. O quinteto do Porto protagonizou um concerto imparável e irrepreensível. Quem não assistiu ao poderio desta banda ao vivo terá oportunidades de os ver na próxima edição do Vagos Open Air e noutros concertos por este país fora.
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Os Vira Lata representaram o Punk Rock da melhor maneira, com uma actuação que surpreendeu quem não os conhecia, devido à sua energia e qualidade. Um dos concertos fortes do segundo dia do festival, que demonstra o cada vez maior ecletismo do Moita Metal Fest, que é salutar e que se recomenda quando há bandas de outros géneros que podem acrescentar um valor acrescentado ao cartaz, como neste caso.
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Após a melodia e simplicidade do Punk Rock foi a vez de se ouvir Brutal Death Metal no palco do Moita Metal Fest, cortesia dos luso-espanhós Scent of Death. Para quem não sabe, este quinteto é formado por três espanhóis e dois portugueses, nada mais nada menos que o baterista Rolando Barros, que já havia tocado na noite anterior com os Switchtense, e o vocalista Sérgio Afonso, que também actuou no primeiro dia do festival, nos seus Bleeding Display. Brutalidade e destreza técnica foram palavras de ordem, num concerto devastador que agradou de sobremaneira grande parte dos presentes.
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Mais do que para as restantes bandas, esta noite foi especial para os Primal Attack, pois este concerto foi gravado para o futuro lançamento de um DVD. De facto, a banda deu tudo nesta noite, tendo-se superado em relação a actuações anteriores. A actuação foi muito boa, o grupo teve uma óptima presença em palco e o público correspondeu também da melhor maneira, com tudo aquilo a que um grande concerto de Metal tem direito. Os próprios Primal Attack admitiram posteriormente na sua página no facebook, que este foi um dos melhores ou mesmo o melhor, até à data. A rever brevemente em DVD.
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O punk/hardcore cantado em português dos veteranos Trinta & Um manteve o nível qualitativo dos concertos do festival em alta. Após um hiato de três anos, a banda regressou com uma formação renovada (e revitalizada) com a entrada do conhecido Deris (Theriomorphic, Corpus Christii) para a guitarra e Rato na bateria, mantendo-se o frontman Zé Goblin e o baixista Metralha no line-up. O grupo icónico do underground nacional mostrou que voltou para ficar, tendo Zé Goblin revelado que 2015 será ano de álbum novo para os Trinta & Um.
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A fechar mais uma grande edição do Moita Metal Fest estiveram os Gwydion, os maiores representantes do Folk Metal em solo português. Apesar do natural cansaço inerente a uma maratona de concertos como esta, o público ficou até ao fim para assistir à actuação destes vikings portugueses que, caracterizados a rigor, mostraram estar à altura da responsabilidade de encerrar o festival. O bailarico instalou-se à frente do palco nas músicas mais festivas e a boa disposição reinou na Sociedade Filarmónica Estrela Moitense até ao cair do pano.
E assim foi mais uma edição do Moita Metal Fest, marcada pelo bom ambiente habitual, pela excelente organização e um cartaz cada vez mais ecléctico. Venham, pelo menos, mais 11 edições!
Texto por Mário Santos Rodrigues
Fotos por Diana Fernandes
Agradecimentos: Switchtense