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Ancient Bards - "A New Dawn Ending" Review



O principal indicador de que existem milhentos de lançamentos mensalmente todos os meses é quando surge uma banda praticamente desconhecida a lançar o terceiro álbum. Assumindo-se como uma aposta da Limb Music desde o início da sua carreira, os italianos Ancient Bards lançam com este "A New Dawn Ending", que poderá, numa primeira abordagem, enganar os mais desatentos a fazer-se pensar mais cru dos Rhapsody (ou Rhapsody Of Fire - hoje em dia é difícil ter a certeza). Claro que isso só acontece até que a talentosa Sara Squadrani abre a boca, revelando um tom totalmente adequado para este género de música (sem que para isso seja soprano - ela que foi uma das ilustres convidadas por Arjen Lucassen no álbum de Ayreon, "The Theory Of Everything").

Musicalmente, este terceiro álbum quebra um pouco com o passado, acrescentando o elemento sinfónico à sua música, o que não admira a referência a Rhapsody ou Rhapsody of Fire, ainda para mais com o Fabio Lione a participar no tema "The Last Resort" - não, não é uma cover dos Paparoach. Musicalidade aprofundada, técnica apurada e... demasiado tempo. Mais de setenta minutos em dez temas, onde dois deles têm mais de dez é talvez... um pouco demasiado. Os temas fluem bem, sem dúvida, pelo menos na primeira parte do álbum. "Across This Life", "A Greater Purpose" e "Flaming Heart" cativam verdadeiramente, mesmo quando não nos mostra nada de novo, nada que não se tenha ouvido por parte dos Rhap... (vocês sabem quem), Within Temptation ou Epica - em diferentes fases da sua carreira.

Quando se chega a "Showdown" (o primeiro épico, com quase treze minutos), o entusiasmo inicial já está a desvanescer. No tema título (o segundo épico com dezasseis minutos e meio) que encerra o álbum, já não há mais forças ou paciência para tal. Que este terceiro álbum é o melhor da carreira da banda italiana, não ficam dúvidas nenhumas. Que, no entanto, também é um pouco excessivo para que seja facilmente apreciado para todos os que não os conhecem, as duas citadas faixas não o conseguem esconder. Não se pode dizer que exista aqui uma faixa má (talvez a mediania de "In My Arms" se faça sentir mais), mas não é aquele álbum da confirmação que as regras mandam que o terceiro álbum seja. Há ainda aqui alguns retoques a dar nesta formula, mas para já, o saldo é bem positivo.


Nota: 7.2/10

Review por Fernando Ferreira