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Persefone - "Core" Review


Ainda pouco mais de um ano passou desde que lançaram “Spiritual Migration” e parece que já temos mais um álbum de Persefone cá fora. Ora bem, na realidade, este “Core” trata-se da reedição de um trabalho original de 2006 destes magos do metal progressivo de Andorra, o segundo na sua discografia e também o núcleo da sonoridade que hoje é conhecida da banda.

O homem por detrás da remistura e remasterização deste álbum é Pere Revert, o mesmo produtor encarregue dos emblemáticos sucessores de “Core”: “Shin-Ken” e “Spiritual Migration”, dando uma produção tão límpida e imaculada como a que está presente no mais recente trabalho dos andorrenses. Contudo, se formos experimentar o álbum de 2006, depressa se chega à conclusão de que o disco não necessitava de uma remasterização, pois, apesar da qualidade da produção não ser a mesma presente nos lançamentos mais recentes dos Persefone, nenhum elemento da música é comprometido em função de outro e é perfeitamente possível de se ter uma grande experiência sonora com a versão de 2006. Para facilitar, podemos ver um como um sendo um DVD e outro um Blu-ray. No fundo, a reedição desta obra deve-se, de acordo com os próprios Persefone, ao divulgar, tornar mais acessível e dar a merecida qualidade de som a um disco mais obscurecido da sua discografia, mas que apresenta em si uns Persefone muito sólidos, cheios de garra e criatividade.

Os 13 temas de “Core” estão divididos em 3 actos: Sanctuary, Underworld e Seed, em conjunto, contam a história da deusa Persefone da mitologia clássica e formam um épico disco de death metal progressivo. A agressividade que foi parcialmente reduzida em favor dos elementos progressivos e experimentais em “Spiritual Migration”, está muito mais vincada nesta era da banda, se bem que, o que é realmente interessante, é que a melodia e o virtuosismo para conceber verdadeiros tornados de metal progressivo também está presente, numa fusão muito mais coesa do que a dos seus dois sucessores, é só ouvir a estonteante abertura que é “Goddess’s Wrath”, as belas melodias contidas em “Self Betraying” ou “Ray of Hope”, a potência de “Clash Of The Titans” e “When The Earth Breaks” ou o épico “Released” para se deixar levar por uma obra musical de exponencial beleza e com cerca de 70 minutos muito bem aproveitados.

Bendita a hora em que os Persefone decidiram dar a justiça que este álbum merece. A qualidade das composições é tal que, ouvindo isto sem se saber que se trata de uma reedição, logo se deve pensar que é o culminar do trabalho feito em “Shin-Ken” e “Spiritual Migration” e nem se põe em questão que é o antecessor destes dois álbuns.

Nota: 9/10

Review por Tiago Neves