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81db - "A Blind Man’s Dream" Review


O que não falta no nosso mundo do metal é gente com uma forte pancada, e os italianos 81db prometem ser mais um colectivo que pretende impor a sua vincada personalidade à força. Desde a imagética, passando pela música, somos confrontados com o incomum e até mesmo com alguma bizarria.

Mas os 81db não são de todo novos nestas andanças, pois este "A Blind Man’s Dream" é já o seu terceiro disco de originais, que se segue a Evolution (2009) e Impressions (2011) e tem agora edição através da Bakerteam Records. Ainda que a banda esteja sedeada na Itália, a sua principal força motora é o guitarrista grego Kostas Ladopuolos, que traz para a sua música bastantes influências folk, desse país balcânico. Ao grego juntam-se os transalpinos Filippo Capursi na bateria, William Costello nas vozes e Vieri Pestelli no baixo.

Tanto musicalmente como vocalmente, pouco mais se poderia exigir aos 81 db, com todos os seus membros a provarem ser bastante competentes nas suas funções, e sendo um disco de crossover e com fortes tendências avant-garde, há aqui muito a ser explorado e dissecado por parte do ouvinte. "Manicomium", com o seu adequado título e os seus 7 minutos de duração, abre o disco como forma de prelúdio daquilo que iremos ouvir nos temas seguintes; riffs fortes, boas linhas vocais e a capacidade em explorar estruturas e mudanças de ritmos de forma consistente, com um pouco de loucura à mistura. De facto um dos bons atributos dos 81db é mesmo as mudanças entre as partes pesadas e as alternativas, com Vanessa’s Box como expoente máximo disso, ao mesmo tempo que as influencias folk se manifestam na maioria dos temas, quase como se os 81db fossem uma versão grega, sob efeito de narcóticos, dos Orphaned Land.

Por outro lado, os 81 db quando querem conseguem escrever um tema bem orelhudo e simples como é o caso de "Insane Wishes", com o seu feel muito 90’s, ao mesmo tempo que comporta um solo floydiano, caso para dizer que, até mesmo quando jogam pelo seguro, conseguem surpreender-nos.

Um bom disco, que merece alguma atenção, por parte de quem se interessa por propostas menos comuns, mas desafiantes.

Nota: 8.5/10

Review por António Salazar Antunes