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Michael Schenker Friends - "Blood Of The Sun" Review


Ora aí está a Collectors Dream Records em pegar em coisas que já foram lançadas, dar-lhe um alinhamento diferente, uma capa nova e a lançar como se fosse um álbum novo. Normalmente o foco da editora é por álbuns ao vivo, covers ou simplesmente lançamentos algo diferentes do que aqueles que são de originais (presumo por questões de copyright, dinheiros a pagar, etc). À primeira vista até poderia dizer-se que este “Blood Of The Sun” (uma das músicas coverizadas mas que não faz nenhum sentido em ficar como título do álbum a não ser pelo facto de ser preciso um título e esta servir tanto como outra qualquer) trata-se da reedição disfarçada do álbum de 2005 “Heavy Hitters”, quando na verdade é uma reedição disfarçada de “Doctor, Doctor: The Kulick Sessions” que por sua vez era uma reedição disfarçada de “Heavy Hitters”, com faixas bónus. Este álbum já teve tantas reedições, com tantos novos nomes, que fica aqui provado que também na música é possível fazer o milagre da multiplicação.

Apesar destas trapalhadas todas o que realmente interessa é que estas músicas contam com Michael Schenker e uma série de convidados que vão desde Joe Lynn Turner (ex-Deep Purple e ex-Rainbow), Rudy Sarzo (ex-Dio e ex- Ozzy Osbourne), Tony Levin (King Crimson e Liquid Tension Experiment), passando por Tim “Ripper” Owens (ex-Judas Priest e ex-Iced Earth), Jeff Scot Soto (W.E.T. e ex-Yngwie Malmsteen), Simon Wright (ex-Ac-Dc e ex-Dio) e terminando em Jeff Pilson (ex-Dokken e ex-Dio), Bob Kulick (ex-Kiss, ex-W.A.S.P e uma série de álbuns de tributo onde tocou e produziu) e Eric Singer (ex-Black Sabbath e ex-Kiss), entre muitos muitos outros.

Basicamente é uma viagem por alguns clássicos do rock tocada por uma série de músicos clássicos sendo o denominador comum o amigo Michael Schenker. Se rendições como “Out In The Fields” (de Gary Moore) e “Save Yourself” não fazem grande efeito, e se a escolha de “Doctor, Doctor” é questionável (já que Schenker já a tocou e coverizou inúmeras vezes, embora, verdade seja dita, é a primeira vez que o faz com Jeff Scott Soto a cantar), há outras que resultam na perfeição, como a War Pigs (que se tem direito a versão instrumental tal como a “Doctor, Doctor” no final do álbum) com “Ripper” Owens na voz, “Money” dos Pink Floyd ou a “All Shook Up” de Elvis Presley, onde Schenker sola como se não houvesse amanhã. Ainda se tem umas rendições interessantes como a de “Finding My Way” dos Rush e a “Hair Of The Dog”, dos Nazareth, cantada por Paul Di’Anno.

No geral é um disco que é sempre interessante, seja qual for a ordem das músicas, mas não deixa de ser, e repetindo-me até à exaustão, um aproveitamento desenvergonhado dos fãs que compram CDs às cegas. Bem, o melhor é mesmo manter os olhos abertos e para quem anda à procura do álbum original ou das restantes reedições, está aqui uma boa alternativa.

 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira