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Misery Index - "The Killing Gods" Review


Misery Index tornaram-se uma banda de death metal clássico em pouco tempo, tendo como segredo uma pequena coisa: álbuns demolidores. Misturando death metal com a brutalidade do grindcore mas principalmente a sua consciência política e social exposta nas suas letras, a banda norte-americano tem vindo a crescer a olhos vistos. Depois de uma estadia bem sucedida na Relapse, mudou-se de armas e bagagens para a Season Of Mist, através de quem lançaram o álbum ao vivo no ano passado, “Live In Munich”, revisto aqui nestas páginas também, e “The Killing Gods” marca o primeiro álbum de originais a ser lançado pela independente europeia.

A curta intro instrumental, “Urfaust”, cai como uma bomba, numa toada épica, parecendo até um hino, tal como é costume no jogos norte-americanos, sendo a diferença que aqui não há jogo nenhum e é tudo muito sério, como a “The Calling” bem ilustra. A potência surge aliada a um sentido de melodia viciante. O riff inicial da referida música é daqueles que se colam imediatamente à cabeça e recusam-se a sair. A palavra melodia poderá assustar todos os fãs fanáticos dos Misery Index, mas a verdade é que a banda está mais forte que nunca. Com os primeiros cinco temas a surgirem em bloco, fazendo uma só música chamada de “Faust”, é ainda mais notório essa crescente aposta na melodia – principalmente no interlúdio instrumental “The Oath” e no tema que se lhe segue e que se apoia nessas mesmas melodias, “Conjuring The Cull”.

A banda surge unida e sólida, estando a mudança de guitarrista (Darin Morris substituiu em 2010 John Voyles, um lugar nada fácil de substituir) já bem diluída, não se notando nada a nível técnico, pelo contrário, aliás. Tecnicamente, o álbum não deixa o talento por mãos alheias e a musicalidade não fica a perder, sendo que o tal sentido melódico faz com que as músicas surjam como verdadeiras músicas, que audição após audição, crescem dentro do ouvinte. É, de longe – e não são necessárias muitas audições para se conseguir chegar a esta conclusão – o álbum mais imediato entre a discografia da banda e ao mesmo tempo, o que mais tem potencial para expandir-se após cada vez que é apreciado. Um dos grandes trabalhos de deathgrind deste ano – malhas como “Gallows Humor” são provas disso mesmo.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira