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Wolves In The Throne Room - "Celestite" Review


Não há qualquer dúvida que os Wolves In The Throne Room são uma das mais excitantes bandas de black metal atmosférico/pós/whatever norte-americano e cada um dos seus quatro álbuns reuniu consenso entre crítica e fãs. Até o EP das sessões da BBC , um simples EP, demonstrou a qualidade que o duo é capaz de colocar na sua música. Foi afirmado pelos irmãos Weaver de que o anterior álbum de originais significaria o fim de uma era, que seria o último com o formato normal de guitarra, bateria e voz. Provavelmente, não foram levados muito a sério, mas “Celestite” está aí e é uma realidade, os Wolves In The Throne Room são uma entidade completamente diferente e este trabalho promete ser o mais polémico da carreira da banda.

Porquê? Esqueçam tudo o que ouviram da banda anteriormente, o que se tem aqui é quase o oposto. A componente ambiental e atmosférica da sua música tornou-se o único componente. Com as guitarras com um papel quase secundário, sem voz, sem bateria, apenas sintetizadores. Não tem as mesmas limitações técnicas que o Varg tinha quando fez o mesmo tipo de jogada – no seu caso, forçada porque estava preso – mas mesmo assim, não deixa de representar  uma enorme mudança que fará com que os seus fãs mais hardcore sejam postos de parte. Afinal o que se pode ouvir em “Celestite” é puro ambiente, com toques de música de banda sonora , embora um pouco mais disperso e certo aroma a electrónico.

É compreensível quem for grande fã da banda pela sua faceta black metal que se sinta um pouco enganado com “Celestite”, assim como quem for fã do seu lado ambiente de apreciar este álbum de forma aprofundada, no entanto, não existem dúvidas que os Wolves In The Throne Room, pós-“Celestite” são apenas metade do que eram e é essa a sensação que fica nos ouvidos com este álbum. Falta qualquer coisa aqui. Falta parte da sua personalidade. Na verdade soa a projecto paralelo com a mesma designação e é esse desconforto e essa confusão que marca a forma como este trabalho é vista. Qualidade inegável, mas uma mudança brusca demais para não atrapalhar a sua apreciação.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira