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Vanderbuyst - "At The Crack Of Dawn" Review


Para quem lançou o primeiro álbum em 2010, chegar a 2014 e lançar o quarto álbum, é um sinal de bom ritmo de produção. Como isto de fazer música, não é exactamente a mesma coisa que apertar parafusos em linhas de montagem, ritmo de produção não serve de nada se a qualidade daquilo que é produzido for reduzido. No caso dos Vanderbuyst, até se pode ficar descansado, porque embora nunca tenham apresentado momentos fora de série com o seu hard’n’heavy clássico, mantiveram um nível qualitativo apreciável e este “At The Crack Of Dawn” vem nesse sentido.

Pode-se detectar vários traços por aqui, e embora por vezes se pense em heavy metal (como a entrada de baixo e bateria do tema título que parece o início da “Wrathchild” dos Iron Maiden), normalmente as coisas descaem para o hard rock, tipicamente oitentista, com ou sem glam – se pegarmos na “Roller-Coaster Ride”, parece que vemos influências de Ozzy do início de carreira, quando Rhandy Rhoads ainda fazia parte da banda, enquanto “Girl In Heat” aponta mais para os momentos mais leves de Van Halen ou Kiss. É entre estes três mundos (heavy, e as duas vertentes de hard rock) que “At The Crack Of Dawn” se move, o que o torna bastante leve e atractivo.

A forma como se pode separar o trigo do joio no que diz respeito a álbuns hard’n’heavy é verificando o número de músicas em que o foco está nas baladas ou em formas fáceis de tentar cativar o público, mesmo numa altura em que este género já não tem a aceitação comercial que anos atrás. Os Vanderbuyst focam-se principalmente no rock e isso é algo de salutar porque a maneira como o fazem é bem sucedida e para comprovar isso apresentam-nos malhas como “Walking On Tightrope” e “Secret Dancer”, o que lhes dá margem suficiente para acabar o álbum com uma bela balada, “Sweet Goodbye”. É mais um álbum por parte dos holandeses que todos os fãs de hard’n’heavy deverão estar interessados em conhecer.


Nota: 7.6/10

Review por Fernando Ferreira