Sem ser propriamente um dos nomes mais sonantes do death metal sueco, os Centinex, não parecendo, já têm quase vinte e cinco anos de carreira, não contando com o interregno que durou mais coisa menos coisa sete anos, e este “Redeeming Filth” é o primeiro álbum desde esse interregno, contando como o nono da carreira da banda. Não seria de esperar que este regresso marcasse uma diferença substancial naquilo que a banda sempre nos apresentou ao longo dos anos e como tal, o death metal dos Centinex continua intacto, para o bem e para o mal.
Por um lado, death metal é death metal e não há muita volta a dar. Esperar que uma banda de death metal se mantenha fiel à sua sonoridade e ao mesmo tempo apresente algo original seria algo no mínimo idiota. Ou por outras palavras, para quem conhecia a banda, sabe exactamente o que esperar e é bom ver que apesar das voltas que o mundo dá e independentemente do tempo que passe, certas coisas mantém-se na mesma. É exactamente isso que representa “Redeeming Filth”, death metal que poderia ter sido feito em 1992 ou noutra outra época qualquer. Claro que a produção é forte e potente, mas mantém vivos todos os elementos característicos do death metal sueco, tal como a crueza e primitividade.
Sendo assim, volta-se à eterna questão. Para aqueles que fazem sempre o mesmo, interessa capturar o riff, capturar a canção perfeita. E os Centinex têm aqui um bom conjunto de verdadeiras malhas e com dinâmicas suficientes para que não se sinta que se está a ouvir a mesma música vezes sem conta. Assim tão depressa temos um tema como “Moist Purple Skin”, que é death metal sueco, uptempo, típico assim como “Unrestrained”, a roçar o doom, e até se tem direito a algum groove como nas “Without Motives” e “Rotting Below” – esta última com um saudável feeling a Obituary.
Será um regresso valoroso para o death metal sueco old school. Quem não gostava, não encontrará aqui qualquer concessão para que passe a gostar e quem já gostava, sem dúvida que o fará sorrir. Até poderá ser que os Centinex nunca cheguem à primeira divisão do género, mas que a qualidade deste “Redeeming Filth” é inegável, é um facto. Que disso não restem quaisquer dúvidas.
Nota: 8.1/10
Review por Fernando Ferreira
