Já muito foi dito nestas páginas e por este vosso escriba sobre os maravilhosos tempos para a música que vivemos hoje em dia. Dias mais difíceis, que obrigam bandas, artistas, editoras a não tomar nada como garantido (e tal não se confina apenas às nossas fronteiras que muitas das vezes são pequenas pelas fronteiras que colocamos na nossa cabeça e não pela crise e/ou por falta de apoios de um governo que em vez de ajudar o seu povo coloca-lhe mais dificuldades não tendo coragem para cortar onde realmente deve. Divago). No entanto actualmente temos bandas boas a surgir por todo o lado, seja pelas suas próprias mãos seja pelas mãos de outros. Também temos boas a voltar e a gozar de alguma exposição e reconhecimento que não conseguiram nas suas encarnações originais. Os Dalton são um desses casos.
Depois de dois álbuns lançados na segunda metade da década de oitenta, a banda sueca cessou actividades numa altura que era pouco favorável ao género do hard rock melódico, tal como muitos outros e tal como temos visto nos últimos anos, surge a Frontiers para os trazer de novo às lides discográficas com um álbum que poderia ter sido feito na década em que surgiram (há um riff na “Bad Love” que faz mesmo lembrar a música “Maria Magdalena” cantada pela Sandra, esse ídolo efémero da pop alemã) não fosse a produção potente e moderna.
Os refrões generosos e cheios de ganchos assim como as melodias são uma constante neste trabalho, pelo que temas como “Up & Down” e “Here We Are” são um vício obrigatório do início ao fim. As baladas também não poderiam faltar mas até que não envergonham a banda ou o género, doseando de forma equilibrada a sensibilidade com os elementos que fazem de uma música uma boa música. E é o foco deste álbum, boas músicas. Melodias, refrões maiores que a vida, bons solos de guitarra, boa voz e boa performance instrumental a suportar todo o trabalho. Por vezes as coisas são bem mais simples que parecem. Basta ouvir álbuns como este para comprovar isso mesmo.
Nota: 7.6/10
Review por Fernando Ferreira