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Spiders - "Shake Electric" Review


Há sempre algo positivo em tudo negativo. Neste caso, as modas, esse ditador que arrasta multidões (sejam elas grandes ou pequenas) e editoras cegas por seguir aquilo que está in e/ou rende mais uns cobres. Com toda a febre retro que por aí anda, é inevitável não sentir que algumas propostas só têm audiência por encaixar perfeitamente em certos pressupostos estabelecidos por casos de surpreendente sucesso, mas depois temos aqueles casos em que mesmo fazendo parte da moda, a sua qualidade é tão gritante que abafa tudo o resto. Podemos inserir nessa categoria este "Shake Electric".

Assim que a voz de Ann-Sofie se faz ouvir em "Mad Dog", fica-se logo apaixonado. Longe da típica voz da metaleira mezzo-soprano operática sinfónica, o seu timbre tipicamente rockeira faz com que nos saltem à memória tempos que não vivemos, a transição entre a década de sessenta para a setenta, com as músicas a terem uma base forte de hard rock como manda a tradição setentista e um feeling quase impossível de descrever. Aquele feeling que mistura Bad Company, Thin Lizzy, Joan Jett, AC-DC, Free tudo no mesmo saco. Cada riff tem um groove hipnótico diferente e todos eles nos brindam com pequenos solos cheios de feeling.

São dez músicas em menos de trinta e cinco minutos, como mandam as regras vintage em que se tinha que ter em consideração o alinhamento e a duração dos trabalhos para o formato disponível, o vinil. O que lembra, este trabalho ouvido num vinil ainda deve aumentar mais o prazer da sua audição. Talvez todos aqueles que têm saudades de tempos mais simples da música não consigam encontrar gozo num disco como "Shake Electric" mas é impossível dizer que este álbum soa a clássico do início ao fim.


Nota: 8.6/10

Review por Fernando Ferreira