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The Prophecy23 - "Untrue Like A Boss" Review



Houvessem coisas tão simples como o death/thrash metal festivo dos The Prophecy23. O mundo seria bem mais simples se todos os tomassem como exemplo. Mais simples e divertido. Ao terceiro álbum, com um ritmo de edição a cada dois anos, a banda alemã não apresenta grandes novidades mas estabelece definitivamente o seu estilo. Misturando elementos distintos como a simplicidade do punk, a energia do hardcore, os ocasionais guturais do death metal ou os ritmos thrash, tem-se uma fórmula vencedora mas que também não se espera que faça milagres, afinal este som está mais batido que o raio do vodka martini do James Bond.

É um estilo de música tipicamente americano, afinal com temas como wrestling, videogames e pizzas são todas aquelas típicas coisas que associariamos a filmes para adolescentes norte-americanos e às suas consequentes banda sonoras. No entanto, a banda ainda consegue surpreender de vez em quando aqui (como as melodias quase folk/power metal de "The Greatest Wrestling Fan") e ali (em, "Video Games Ain't No Shame" depois de umas boas harmonias de guitarras, um grande momento acústico, com o título a ser entoado como se fosse a coisa mais profunda do mundo, ou o refrão da música de amor mais lamechas do mundo).

Há um espírito punk rock norte-americano (daquele que os críticos da vaga de punk da década de noventa chama de punkeka) que acaba por cativar imediatamente. É certo que ao final de uns tempos, começa-se a ganhar uma certa imunidade aos consecutivos breakdowns, no entanto, é inegável que há um efeito imediato de satisfação para quem aprecia os estilos que mistura. Não será música que demorará a digerir, mas é daquelas que se gosta imediatamente, principalmente devido ao bom humor que é uma constante ao longo de todo o álbum embora nem sempre resulte na perfeição: "Bass Player" é surreal mas acaba por ser uma música desiquilibrada; "The Ballad Of SOD" é algo que já devia ter sido feito há muito tempo; "Fuck The Dub" é irritante e a "Arriba Abajo", faixa bónus, é hilariante.

Um álbum que cumpre a sua função com sucesso e que só deixa a dúvida de como irá envelhecer. Ainda não passou tempo suficiente para analisar a obra da banda pelo que talvez o seu prazo de validade seja curto, mas como também não sabemos se vamos cá estar amanhã, para já interessa saber que hoje, este trabalho é acima da média.

 
Nota: 7.7/10
 
Review por Fernando Ferreira