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Edguy - "Space Police - Defenders Of The Crown" Review


Se há uma banda que conseguiu pegar na herança deixada por Helloween e Gamma Ray (não que eles estejam extintos, mas pegar naquela energia crua que os seus melhores momentos conseguiram sobre os fãs do heavy metal em geral e power metal em particular), essa banda são os Edguy. Com um início de carreira algo tímido, foi com o ligeiramente acima da média terceiro álbum ("Vain Glory Opera") que a banda conseguiu despertar as atenções de um público e imprensa crescentemente interessado na onda de power metal europeu. Nos anos seguintes e com uma dose de trabalho alucinante, a banda conseguiu lançar uma série de álbuns extremamente bem conseguidos e intercalá-los com uma intensa actividade pelos palcos do mundo. Com o projecto Avantasia e algum desgastar da sua fórmula, vieram tempos com trabalhos que não foram tão bem recebidos como os anteriores, mas, mesmo assim, a banda conseguiu sobreviver. "Space Police - Defenders Of The Crown" é o testemunho dessa sobrevivência.

Mais que isso, é o álbum que os reafirma como uma das forças maiores do power metal mundial. Não é que tenham redescoberto e reinventado a roda, até porque este trabalho, já o seu décimo primeiro álbum (isto contando com o "The Savage Poetry" como um produto diferente do "Savage Poetry", o primeiro trabalho da banda), é típico da banda, com refrões maiores que a vida ("Defenders Of The Crown" é um bom exemplo de um tema que na primeira vez que se está a ouvir, à segunda vez que surge o refrão, já se está a cantarolar), as harmonias maidenianas e os fantásticos solos, tudo o que se espera de um álbum de Edguy. Sem falar no típico humor alemão que até se estranharia se o mesmo não aparecesse. Só mesmo com humor se faz uma cover da "Rock Me Amadeus", que resulta na perfeição.

Essa cover é sintomática da fórmula de sucesso dos Edguy, sem receios irem longe demais, de fazerem aquilo que muitos poderão considerar piroso. Muitas vezes até é piroso e azeiteiro, mas a verdade é que resulta. As melodias euromusic com a qual muitos da geração de Tobias, e as imediatamente a seguir, cresceram surgirem reinventadas num contexto metal que se encaixa perfeitamente. Posto isto, este álbum não é um álbum perfeito, até porque temos aqui uma escorregadela ou outra, como a "Love Tyger", que é tão AOR commo se os Journey tomassem vitaminas nucleares, ou então a "Alone In Myself" que é aborrecimento do início ao fim. Apesar disto tudo, o balanço é positivo e é bom ver que é possível ver bandas com talento não se perderem no caminho.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira