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Sam Alone - "Thougher than Leather" Review


Apolinário Correia (Poli), mais conhecido por ser o vocalista dos Devil in Me, apresenta-nos “Thougher than Leather”, terceiro álbum do seu projecto a solo, Sam Alone. À semelhança do disco anterior, “Youth in the Dark”, acompanhado novamente pelos amigos Gravediggers.

Com uma carreira em constante crescimento, Sam Alone tem-se revelado como um dos projectos mais interessantes da música nacional, incorporando uma sonoridade situada algures entre o folk e o rock, trazendo rapidamente à cabeça nomes como Jonnhy Cash, Bob Dylan ou Bruce Springsteen. Mas, mais do que um possível tributo a heróis do passado, neste “Thougher than Leather” podemos encontrar uma identidade própria, uma procura do artista em transmitir uma mensagem muito pessoal, através de influências do passado. 

Poli, com a preciosa ajuda dos Gravediggers, e sempre acompanhado pela sua guitarra acústica, vai debitando a sua música e mensagem, resultando numa sonoridade muito mais cheia, carregada de excelentes melodias, como se pode verificar, por exemplo, em “Gardens of Death”, ou “Shadow of the Hero”. Esta última com uma participação especial feminina, por parte de Inês Miranda, num dos pontos altos do álbum.Aliás, todo o álbum é bastante consistente, estando recheado de grandes momentos, sendo algo ingrato destacar músicas em particular, uma vez que cada uma tem a sua razão de ser, e a sua importância no conjunto. Contudo, é importante fazer menção à faixa título, e primeiro single, que, entretanto, já tem videoclip. São 10 temas bastante “catchy”, que fazem com que os cerca de 40 minutos de duração do álbum passem a voar, vendo-nos quase na obrigação de voltar atrás e ouvir tudo de novo. Viciante.

Com o folk/rock como pano de fudo, este é um disco para almas inquietas, para sonhadores e renegados. Com uma grande intimidade e uma forte crítica social, “Thougher than Leather” é um exemplo perfeito de como música e mensagem se fundem numa só, apelando à consciencialização e emancipação de cada um. Um excelente regresso de Sam Alone (e dos seus Gravediggers), num dos grandes álbuns nacionais de 2014.

Nota: 8/10

Review por Pedro Reis