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Torche - "Restarter" Review


Antecipado quarto álbum da banda norte-americana Torche que misturam rock alternativo com o peso do sludge e algum doom. "Annihilation Affair abre as hostilidades e deixa um gostinho a The God Machine, principalmente pela abordagem de vocal (ou de Steve Brooks ou de Andrew Elstner, um dos dois). O forte de "Restarter" não é propriamente o peso (apesar de ser notório o acrescento neste departamento em relação ao que fizeram no passado) mas sim a capacidade hipnótica que quase os temas possuem - "Minions" não chega a cinco minutos mas tem o efeito de uma música de rock psicadélico com a ajuda de narcóticos.

Se o nível de interesse no ouvinte se mantivesse assim até ao final, teríamos um grande disco. A questão é que por volta da sexta música ("Blasted"), instala-se um marasmo gigantesco, entrando numa espécie de loop em que se pede (ou mesmo reza) por algo que faça o coração bater mais depressa, mas esse algo simplesmente não vem. "The Servants" apresenta-nos quase quatro minutos do mais aborrecido que uma banda de rock alternativo da década de noventa poderia fazer e faz com que esses quatro minutos pareçam vinte.

Quando chegamos ao final, o tema título acaba com o resto. Quase nove minutos, o mesmo riff a tocar em loop, com a mesma letra, "our leaders are done with conversations" a ser recitada vezes sem conta. Uma faixa que sofre do síndrome "St. Anger", ou seja, tem oito minutos, mas ao chegar ao primeiro minuto, já ouvimos tudo o que tinhamos a ouvir. Um álbum que prometia muito pelo seu início mas que foi morrendo aos poucos, o que de certa forma até faz sentido, porque conforme a música vai morrendo, o ouvinte também tem vontade de morrer. Desilusão.


Nota: 5/10

Review por Fernando Ferreira