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Entrevista aos Sylosis

"Dormant Heart" foi lançado no dia 12 de Janeiro de 2015, o quarto álbum da banda Sylosis. Tivemos o prazer de conversar com Josh Middleton, guitarrista lead da banda, que nos falou sobre este novo disco e tudo aquilo que o envolve.

M.I. - Primeiro de tudo, obrigada por responderes a esta entrevista, estamos muito agradecidos! Então, os Sylosis lançaram este ano o álbum chamado Dormant Heart. Se tivesses de o descrever de uma maneira muito pessoal, como o farias?

É um álbum muito mais furioso do que tudo aquilo que fizemos no passado. Os álbuns passados foram um pouco introspectivos mas este é mais focado no resto do mundo e na sociedade. Eu comecei a ter mais atenção ao mundo fora da minha pequena caixa e há muito para pegar pensando naquilo que nos torna zangados e confusos. Continua a ser muito pessoal apesar de tudo e cada música lida com questões diferentes, mas há um fio condutor. Musicalmente, estou muito satisfeito com o resultado final. Acho que é o álbum mais obscuro e atmosférico que fizemos até à data.


M.I. – Pode ver-se que este álbum é claramente mais “doom-ish” que os outros se me estou a fazer entender. Foi propositado ou foi algo que surgiu naturalmente?

Sim, tenho que concordar. É parcialmente deliberado e parcialmente natural. Não existe assim muito metal moderno de que gostemos. Não gostamos daquela produção moderna ou de bandas de core, por isso temos mais tendência a ouvir mais bandas underground. O único metal que me puxa nos dias de hoje é aquele que passa mais pela parte “doomier” das coisas, bandas como Pallbearer, etc.. Por isso, naturalmente, tu és inspirado por aquilo que ouves no momento. Gostaria de deixar claro que permanecemos uma banda de thrash. Seremos sempre rápidos, técnicos e agressivos. É apenas bom agitar um pouco as coisas e trazer elementos novos para não fazermos um álbum igual a todos os outros.


M.I. - Deram-se algumas mudanças de line up na banda. Como é que tudo funcionou a partir disso?

Foi apenas uma mudança de line up. O nosso baterista anterior, o Rob, decidiu sair e voltar a estudar. Ele é muito inteligente e está numa área relacionada com Biociências. Ali preencheu o lugar dele na medida em que já nos tinha ajudado antes, por isso foi a nossa primeira escolha, e tudo se deu de uma forma natural e simples. Nada de ressentimentos entre nós e o Rob, e ter o Ali tem sido fenomenal. Ele é definitivamente um dos melhores bateristas do país.


M.I. - O vídeo de Leeches é claramente diferente, original inclusive. Conta-nos um pouco sobre ele.

Sabe bem tentar algo diferente. Nós não gostamos muito de pousar para uma câmara por isso foi uma ideia fixe ter um vídeo animado. Permitiu-nos ser mais criativos. Uma banda como nós não tem um orçamento para fazer grandes vídeos em que uma rapariga anda num grande castelo/igreja (não me lembro ao certo) com um rio de sangue sob os seus pés. Sendo assim, a animação não era problema algum financeiramente e faz a diferença. Não é apenas mais um videoclip aborrecido.


M.I. - E as letras? Onde encontras a inspiração?

Como disse anteriormente, as letras vêm do facto de tomar mais atenção com o que se passa no mundo, na sociedade, política, ambiente… Eu gosto de adereçar as letras com metáforas, etc., por isso nem sempre é fácil dizer sobre o que é que eu estou a falar.


M.I. - Como te sentes quando vês o progresso da tua banda até à data?

Verdadeiramente orgulhoso. Nós não nos criamos de um dia para o outro e continuamos gradualmente a aumentar a nossa base de fãs e sinto realmente que a nossa música se vai tornando melhor de álbum para álbum. Há sempre algo bom que fica para trás mas estamos sempre focados em seguir em frente.


M.I. - Vocês tocaram em Portugal o ano passado no Vagos Open Air. Quais são os pensamentos sobre o público português?

Foi fantástico! Não é assim tão diferente de todos os outros públicos mas nós temos um amigo que vive em Espanha que foi ao festival com amigos portugueses, então nós divertimo-nos na multidão e no recinto por algum tempo, e toda a gente foi super amigável e descontraída. O nosso homem do som, o Melo, é também português, posso acrescentar.


M.I. - Mais uma vez obrigada por responderes a estas questões. Algumas palavras para os vossos fãs portugueses?

Obrigado pelo todo o vosso apoio e espero ver-vos num concerto em breve!


Entrevista por Sara Leitão