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Mindead - "Controlling The Tides" Review



Quando se vai ao Metal Archives, eterna fonte de sabedoria e conhecimento metaleiro quase sempre fidedigno, vemos os Mindead como "Groove/Thrash Metal", mas ao ouvirmos a primeira faixa, a curta "Orbital" que funciona quase como intro, ficamos um pouco intrigados, já que a dita música remete-nos mais para um pós-qualquer-coisa bem melódico e de sensibilidade apurada, coisa bem diferente do que o rótulo "Groove/Thrash Metal" sugere. Conforme surge o tema título, em força, cheio de ganas, pensa-se que terá sido apenas uma intro que não reflecte a verdadeira alma da banda. De certa forma, essa presunção está tão certa como errada. O já citado tema-título volta a demonstrar-nos essa tal sensibilidade melódica espelhada na " Orbital" e prova-nos que a banda tem um pé nos dois mundos, o que será algo para tornar este trabalho bem mais interessante em termos de dinâmicas.

Na teoria, seria uma fórmula para um álbum bem interessante, o problema é que na prática, as coisas não são tão lineares assim. Por um lado temos temas como "Sentiment", "The Letting Go" e "Universe" que são uma mistura de thrash moderno tal como já andamos ouvir de uns quinze anos para cá e os tiques de metalcore que já foram vistos e revistos. Por outro lado temos outros como "Sore", "Sleeping In Carbonite" e "Unearthed" que parecem uma mistura de nu-metal/metalcore catchy com vista em agarrar o ouvinte à primeira, não conseguindo ter no entanto a profundidade necessária para aguentar-se no tempo. Ainda existe espaço para uma balada inspirada, também de teor modernaço (uma espécie de Linkin Park sem metade dos elementos electrónicos e com um peso bruto) na forma de "Standing In Line".

Uma dualidade que agradará a todos os que têm um fraquinho por os estilos enunciados. É certo que ao ouvir-se "Trains And Losses", estamos perante um tema dinâmica, onde temos peso, temos gritaria, temos melodia e refrões apelativos, mas o problema é mesmo preencher os requisitos na perfeição. Encaixar-se em todos ou quase todos os lugares comuns de forma perfeita, havendo aquela terrível sensação de déjà vú que quando aparece, teima em ficar agarrada. Não é um mau disco, apenas entusiasma tanto como notícias velhos. Não existem surpresas e não existem entusiasmos duradouros. Mas que existe potencial para mais, sem dúvida. A interessante cover de Nine Inch Nails, "Hurt" a fechar o álbum é um bom resumo. Som perfeito, versão perfeita, mas muito próxima do original. Sente-se que os Mindead precisam de sair da caixa.


Nota: 6./10

Review por Fernando Ferreira