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Halestorm - "Into The Wild Life" Review


O Grammy de 2013, para Best Hard Rock/Metal Performance, colocou muitas expectativas neste quarteto, centrado à volta dos irmãos Hale, que conseguiu o prémio com apenas dois discos na carreira e digressões intensas e sucessivas. Claro que a imagem da vocalista e guitarrista Lzzy Hale, bem como a sua voz, são pontos de interesse no grupo a que se tem acrescido uma crítica favorável e uma grande editora por trás.

Musicalmente poder- se-á sempre argumentar ou contrapor uma mão cheia de nomes do lado europeu, capazes de eclipsar este grupo, mesmo jogando no seu campo: o Hard Rock feito por gente nova e fresca. O argumento que se põe face a estes Halestorm é a velha questão do hype vs. street cred, e no terreno europeu, e do Hard’n’Heavy em particular, é o palco que dita as leis, por muito que pese a máquina mediática dos US. Por isso, este disco do grupo da Pennsylvania pode revelar-se importante e definir a aceitação mais profunda do colectivo.

Percebe-se que este trabalho tenta responder a isso, não apostando numa produção excessiva e revelando temas, como “Amen”, que tanto podem agradar ao público do Hard Rock como a fãs de Country ou do Rock orelhudo dos festivais de Verão europeus, onde se vai sem conhecer as bandas. Diversificado, como um bom disco de uma major label, tem espaço para baladas - “Dear Daughter” - ou para temas com batida mais pesada, como “I Am the Fire” ou “Mayhem”. A diversidade funciona bem numa época em que a internet permite a criação de lyric videos, o digital leva a aquisição do disco por faixas, etc. Perde-se, no entanto, a estrutura de álbum, enquanto obra de autor, por vezes perdendo-se também o ritmo, como neste “Into The Wild Life” que ao sexto tema começa a disparar para todos os lados e leva a olhar para o tempo das faixas e perguntar quanto falta ainda. Sai-se da escuta deste trabalho com a sensação de ter escutado um disco que demora a passar, em que a banda é mais o veículo para uma nova Joan Jett – aqui emulada em “Gonna Get Mine” e “I Like It Heavy” – com tudo a carga negativa que tal associação traz. 

Nota: 6/10 

Review por Emanuel Ferreira