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Forgotten Winter - "Vinda" Review



Quem teve o prazer de ouvir os registos anteriores dos nossos Forgotten Winter, irá definitivamente ficar surpreendido mal ouça os primeiros segundos deste Vinda. Outrora praticantes de um black metal melódico, a banda de Eremita e Trovador chega a 2015 substancialmente diferente.

Desse black metal resistem ainda as vozes gritadas de Eremita, alguns riffs tremolo, e pouco mais, tendo a banda cortado de vez com com os ritmos mais frenéticos e avassaladores bem como os teclados mais “espaciais”. Agora temos uns Forgotten Winter mais compassados e folkloricos. Sempre com grande foco nos teclados ou nos elementos mais atmosféricos, mas desta vez de forma diferente, recorrendo muitas das vezes a coros, harpas, ou a variados instrumentos de sopro como oboé, que reforçam essa aura folk de uma forma mais melancólica.

Vinda é também um disco conceptual que aborda uma história trágica, contada de forma bilingue, em português e em "Velmaer", um idioma totalmente composto e idealizado pela banda para o conceito do disco, numa iniciativa bastante interessante, diga-se.

Embora se possa dizer que o álbum seja demasiado homogéneo, o que poderá afastar alguns ouvintes, a verdade é que não poderia ser de outra maneira, tendo em conta o conceito em questão. Algo que também não impede de salientar algumas malhas, desde logo "Uldene", com um excelente, e incrivelmente orelhudo riff que se vai desenvolvendo ao longo do tema. Mas será "Adamaele" que canaliza tudo o que de bom têm os Forgotten Winter para oferecer, para além de um outro riff exemplar, é nela onde as vozes limpas ganham especial relevo, e onde os instrumentos de sopro melhor evidenciam as boas linhas melódicas.  

Ouvir este "Vinda", é como imergir numa viagem por ambientes medievais, instigando o ouvinte a divagar por mundos de fantasia. Acima de tudo é o afirmar de uma cada vez maior maturidade deste duo. Talvez não seja o mais original dos lançamentos, mas aqui no burgo é algo que não ouvimos todos os dias, isso vos garanto.  

Nota: 8.2/10

Review por António Salazar Antunes