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Mystifier - "Göetia" Review


O Brasil não é um país que se destaque pelo seu poderio no campo do black metal mas se há algum nome que já reúne algum culto entre os nossos irmãos do outro lado do Atlântico esse nome é Mystifier. A banda não lança nada desde 2001 embora continue ainda activa, pelo que o relançamento deste segundo álbum até ganha alguma relevância, mesmo que aqui não exista algo de extraordinariamente marcante. Aliás, chamar de “Göetia” de black metal teremos que recorrer a algo mais além do que simplesmente a música – isto tendo em conta que o que se entende por black metal é a fórmula estabelecida na Escandinávia na década de noventa. Death/black metal será a designação mais adequada.

Seja como for, black ou death metal, há certamente um factor que se torna evidente ao ouvir este álbum. O seu som é algo que nos remete para uma época bem especifica e a haver um paralelo, parece que é um trabalho embrionário como aqueles que assistimos no nosso país por parte de nomes tão díspares como Inhuman, Moonspell (ou Morbid God) Decayed (ou Decay) mas não deixa de ter um certo encanto underground que vai crescendo a cada uma das audições. Dificilmente se poderá por este álbum com algo que tenha sido feito nos últimos anos, essa comparação seria injusta. No entanto “Göetia” consegue  cativar pela ingenuidade da fórmula.  Faixas como “An Elizabethan Devil Worshiper’s” e “The Sign Of The Unholy Cross” são exemplos daquilo que se fazia na última década do século passado. Bons exemplos.

Esta reedição traz-nos mais três faixas ao vivo, de qualidade sofrível, uma do álbum anterior, “Wicca” (“Osculum Obscenum”) e duas deste “Göetia” (“Cursed Excruciation” e “The Sign Of The Unholy Cross”). Por incrível que pareça, o álbum ganharia mais se não tivesse estas faixas bónus, que na realidade não acrescenta nada. É um trabalho clássico do underground que dificilmente terá mais importância que isso, mas que também ninguém lha tira. Justifica-se e recomenda-se para quem gosta de conhecer um pouco da música extrema brasileira e é fã do underground.


Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira