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Matricide - "When Random Turns To Fate" Review


Álbum de estreia do isrealitas Matricide que nos apresentam uma proposta forte de metalcore, que segue à risca todos os predicados que é suposto seguir um álbum de metalcore: produção forte, vozes potentes, parede de distorção de guitarras, melodias ocasionais uma bateria bombástica e um baixo possante. Seja qual for o estilo, com esta descrição a coisa parece-nos bem. Só falta analisar um pequeno, gigante, pormenor. Músicas. É necessário ter músicas, músicas que agarrem o ouvinte pelos ouvintes e que não o deixem fazer mais nada, mesmo que ele queira. E não é bem o que se tem aqui. Não desta forma tão agressiva pelo menos.

Mesmo que se tenha começado agora a ouvir música pesada, e que o metalcore tenha sido o ponto de iniciação, não há aqui nada que consiga fazer a diferença perante às centenas de propostas que já se ouviu antes e esse é o mal de conseguir encontrar perfeitamente numa categoria, seja ela qual for. Dificilmente se sobressai e quando a categoria é tão sobrepovoada como o metalcore, a coisa ainda se torna complicada. Por outro lado, e essa é a grande mais valia dos Matricide, a sua música é boa. Não se trata de música feita sem alma com único intuito de apanhar o comboio da moda mais recente - que até já nem é recente como isso.

Por alguns momentos, como na "Wear And Tear", na "What Is Real" e "Burn Me With Your Sun", existem pormenores que fazem ter esperança pela banda isrealita, já que demonstram capacidade para se libertarem destas influências que os prendem e caminhar por um caminho mais desafogado e são esses momentos que permitem apreciar este trabalho verdadeiramente. Por falar em influências... terá de se referir obrigatoriamente a Meshuggah, embora o estágio da carreira da banda mais evocado parece ser o início e não propriamente aquele que fez surgir o termo djent. Falta aqui muita coisa, mas por outro lado, parece que ainda têm muito mais a dar do que o que está aqui demonstrado.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira