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Mantric - "Sin" Review



O que é que temos quando juntamos três quintos dos Extol? Qualquer coisa invulgar, qualquer coisa com tiques de extremismo, qualquer coisa progressiva, qualquer coisa melódica e qualquer coisa excelente. "Sin" é o segundo trabalho do power trio de Oslo, que surgiu das cinzas dos Extol, quando cessaram funções em 2007. Os Extol entretanto voltaram em 2012, já os Mantric tinham-se estreado nos álbuns de originais em 2010 com "The Descent", só chegando agora ao segundo álbum. Não é preciso adentrar muito em "Sin" para perceber que houve uma evolução em relação ao passado, embora sejam necessárias muitas audições para que se consiga absorver o que se passa aqui.

Não é daqueles casos em que se tem muitas camadas de coisas a acontecer ao mesmo tempo, até porque estamos a falar de um trio, no entanto as soluções que temos em termos de arranjos não das mais óbvias. O facto das vocalizações melódicas e limpas estarem muito próximas, de mãos dadas até, com as gritadas, também faz com que exista uma série de paradigmas e paradoxos que estejam constantemente a colidir uns com os outros. "Arrogance Vs. Anxiety" é um bom exemplo, até devido aos pormenores electrónicos que possui mas quase todas as nove faixas incluem-se nesta categoria.

É um álbum que tanto nos remete para o passado, no que diz respeito a um certo rock alternativo, indie e/ou noise, assim como também nos traz algo de new wave e um certo synth pop, de forma muito dissimulada colocando à mistura algo mais punk e mais metal à mistura. Na realidade estar a definir as fronteiras estílisticas deste "Sin" é tão frutífero como escrever na água. É um álbum que não é imediato. Em nada. Nem na forma como bate no ouvinte, nem na forma como o faz decidir se gosta ou não. O mais provável de acontecer é que o ouvinte (comum, dos dias de hoje, que tem a capacidade de atenção inferior à de uma ameba) desistir ainda "FaithFaker", o primeiro tema, não chegou a meio. Desafiante e interessante o suficiente para que nos faça voltar a ele bastantes vezes.


Nota: 7.7/10


Review por Fernando Ferreira