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Leave The Living - "Pacifist" Review


Algo deve ter corrido mal na produção deste “Pacifist”. Ao ouvir a grande malha de abertura “Let Go”, ficamos com a ideia de que a produção foi feita com equipamentos modestos numa sala de ensaios bafienta, mas conforme se passa para o tema título que nos surge logo de seguida, temos algo mais cheio, mais forte, ainda que ligeiramente primitivo e javardo. Com duas faixas apenas, temos duas formas de produção musical, não sendo as duas juntas capaz de fazer algo perfeito. Ainda assim, para a raiva que a banda demonstra ter e pelo teor dos temas, revela-se apropriado.

Infelizmente esta questão da produção que até costuma ser secundária, acaba-se por ser a peça central de qualquer análise que se faça a este trabalho. Se há algo a segurar e a impedir que este trabalho seja um grande álbum é mesmo a questão sonora. “Manifesto” até sobrevive no primeiro minuto, mal e porcamente, quando há espaço para as melodias respirar, mas quando a intensidade aperta, fica uma confusão digna dos ensaios dos Mayhem registados no final da década de oitenta. Embora se possa afirmar com razão de que esta comparação é exagerada, ela não é assim TÃO exagerada como isso.

Este é um álbum que poderia ter um impacto bem maior que aquilo que tem. A raiva está cá, a atitude da banda também, consegue passar por cima de todos os estigmas hardcore e atingir algo ligeiramente mais cativante. Só que não é um álbum que se consiga sentir tudo aquilo que a banda transmite, pelo menos da forma como seria desejável. Até o facto da produção flutuar faixa sim faixa não deixa um pouco de confusão sobre quais seriam as suas intenções por optar por algo assim. Esperemos que os Leave The Living (apreciável o facto de não nos termos referido a esta designação) nos tragam algo mais próximo das suas verdadeiras capacidades numa próxima ocasião.


Nota:
6/10


Review por Fernando Ferreira