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Reportagem: Greenleaf, Miss Lava e Fuzzil @ Stairway Club, Cascais.

Ninguém quis perder o regresso dos Greenleaf ao nosso país, depois de se terem destacado no evento
Sprint to Rock Fest em 2014. Prova disso foi um Stairway Club que rebentou pelas costuras para receber o primeiro concerto da digressão europeia destes stoners suecos, que partilharam o palco com outros detentores de semelhantes sonoridades, como foi o caso dos portugueses Miss Lava e Fuzzil.

Para aquecerem a noite fria que se fazia sentir em Cascais, subiram ao palco os Fuzzil, prontos para
darem a conhecer a sua primeiríssima criação, intitulada a propósito "Boiling Pot". Donos de uma atitude bastante enérgica em palco, já que se estreavam no Stairway Club, estes miúdos de Alcobaça contemplaram os presentes com quatro das cinco malhas bem cativantes desse mesmo EP de estreia, com especial destaque para "The Underdog", primeira música do concerto, e "Run". Perante uma boa aceitação por parte dos espetadores, o quarteto mostrou-se sempre imparável, e nem uns breves  problemas técnicos impediram-no de pôr o público a mexer ao som do seu stoner rock arrojado. A banda despediu-se com "Unconscious Minds", tema com influências mais psicadélicas e que já dispõe de videoclipe, dando lugar a uma merecida ovação. Com um caldeirão cheio de ingredientes como o grunge e o stoner rock juntamente com uma pitada de psicadelismo, os Fuzzil deixaram de fato boas indicações no que toca ao seu percurso que se prevê efervescente.

"Nós somos os Miss Lava and we gonna kick your fuckin ass!". Estava dado o mote para o que seria mais um grande concerto dos Miss Lava, o que já é habitual. A banda esteve sempre na máxima força, talvez por ser o seu primeiro concerto de 2016 ou estar naiminência de lançar um novo álbum, o que ambas as situações servem claramente de incentivo, e, quanto a isso, nada como dar a conhecer alguns temas novos, como “In The Arms Of The Freaks”, “Fortune And Vice” ou "Silent Ghost Of Doom", o que talvez leve a crer que vem aí um registo mais doom. Em tom de brincadeira, o vocalista Johnny Lee dedicou aos mais distraídos outros temas "novos" como por exemplo "Ride", o que provou que não havia tanta gente distraída assim, já que os refrões acompanhados por palmas sintonizadas e as ovações aumentavam a cada tema. Depois de quase uma hora de rock puro e duro, os Miss Lava terminaram a sua atuação com a poderosa "Don't Tell a Soul", proporcionando o primeiro crowdsurf da noite, o que num espaço como o Stairway Club é sempre uma grande proeza.
Se "Sonic Debris" se equiparar ao exuberante desempenho em palco deste quarteto, estaremos com certeza na presença de um grande álbum!

Os Greenleaf entraram em cena já para lá da hora marcada, o que revelou não ter muita importância, já que o público acabaria obviamente por perdoar os suecos, como se pôde constatar ao longo do concerto que começou logo a abrir com "Trails And Passes", tema que dá nome ao seu último álbum. Desse mesmo álbum, ouviram-se também "Our Mother Ash","Ocean Deep" e "The Drum", não deixando contudo a banda de promover o seu próximo álbum, "Rise Above The Meadow", com lançamento marcado para o próximo dia 26 de Fevereiro, tendo em sua representação o seu primeiro tema intitulado "A Million Fireflies", bastante orelhudo por sinal. Houve ainda espaço para malhas mais antigas como "Electric Ryder", um instrumental bem portentoso e bem executado por Tommi Holappa, Sebastian Olsson e Hans Fröhlich, pertencente  ao álbum "Revolution Rock", lançado em 2001. Possuidor de uma voz carismática, o vocalista Arvid Jonsson mostrou-se sempre bastante comunicativo com o público, qual pastor evangélico, mantendo a atuação dos Greenleaf numa poderosa toada que culminou na revigorante "With Eyes Wide Open" e, consequentemente, numa grande ovação. Mas o público queria mais e a banda fez-lhe a vontade ao regressar para mais dois temas - um dos quais uma versão mais pesada de "Going Down" de Freddie King - e para uma última e devida ovação. Numa noite embebida em muito rock, os Greenleaf deram sem dúvida uma boa réplica daquilo que foram capazes em 2014 e foi com enorme regozijo que acolhemos o seu regresso a Portugal.

Reportagem por Bruno Porta Nova