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Entrevista a Witherscape


Dan Swano é um nome incontornável no mundo da música extrema. A sua reputação como músico e produtor é inabalável e Dan volta a confirmar o seu valor com o álbum de Witherscape “The Northern Sanctuary”, projecto no qual é músico e produtor. A Metal Imperium esteve à conversa com esta lenda…

M.I. – O novo álbum é “The Northern Sanctuary”… afinal o que é o santuário nórdico?

É um lugar imaginário no norte da Suécia onde tudo acontece.

M.I. – O álbum mistura elementos da música dos anos 70/80/ hardcore progressivo e extreme metal. É esta mistura que torna o álbum tão especial?

Não faço ideia, diz-me tu! Eu escrevi temas que adoraria ouvir e as minhas inspirações são muitas… também me parece que os fãs estão a apreciar esta mistura! J

M.I. – Porque optaste por misturar elementos tão diferentes?

Tal como disse, é o meu gosto musical. Escrevo o que me apetece e não me importo se é um tema metal ou um tema em que junto doom com algo completamente inesperado. Se gosto e funciona bem, então vou usar o tema com toda a certeza!

M.I. – Este álbum, vocalmente, também apresenta muita variedade. Que tipo de vozes preferes?

De ouvir: ambas! De cantar: nenhuma! J

M.I. – Que temas abordas nas tuas letras?

É um álbum conceptual sobre uma casa, num dos 7 portões do Inferno, transformada num santuário. Termina com o fim do mundo!

M.I. – O tema título tem 13 minutos e foi uma resposta ao comentário “Stop playing it so safe” que encontraste online. Estás satisfeito com a tua resposta? Qual a importância dos comentários dos média para ti? Não devias ser imune a este tipo de “ataques”?

Neh. Os humanos, em geral, não ficam muito satisfeitos com críticas. Uns são melhores a esconder as suas emoções, mas por vezes também necessitamos de mudar… e eu senti que não tinha feito o meu melhor com a primeira versão do álbum e ler aquele comentário foi como uma chamada de atenção. Mas se eu tivesse lido o comentário depois de ter concluído a versão final, não me teria importado!

M.I. – Os Witherscape elevaram a fasquia em termos de produção, mas também não poderia ser de outra forma já que o mestre Dan Swano faz parte do projecto. Considerando que os músicos da banda têm um background de fazer inveja, a pressão foi muita na hora de gravar o álbum?

Há sempre muita pressão. Eu tenho uma reputação que tenho de respeitar e preferia cortar os pés do que lançar um álbum só por questões de contrato. Todos os projectos em que me envolvo, merecem o meu melhor e claro que tal traz muito stress e trabalho. O dos Witherscape foi difícil de completar, de  transformar no que eu queria… mas, felizmente, consegui!

M.I. – A banda só tem dois membros… é escolha ou não conseguiste encontrar os músicos certos?

Eu gosto de duos. Quantos menos, melhor!

M.I.- Quanto controlo tens nas tuas criações?

Controlo total!

M.I. – Os Witherscape são uma banda de estúdio, apesar de haver muitos fãs que adorariam ver-vos ao vivo. Porque optaste por não tocar ao vivo?

Porque não me vejo como o membro de uma banda… eu só escrevo temas, gravo-os e lanço-os. Tal como um pintor faz um quadro e já está. Ele não recria dois anos de trabalho em 45 minutos, em frente a um público todos os dias durante um mês.

M.I. – Estando envolvido com tantas bandas, como é que decides que riff/melodia vai para que banda?

O processo pode ser confuso mas, uma vez que a versão final da demo está feita, torna-se bastante claro se é algo para Nightingale or Witherscape… ou algo para ser arquivado em “outros”.

M.I. – As críticas a este álbum têm sido espectaculares. Esperavas que assim fosse?

Já não espero nada, mas admito que ficaria muito chateado se não chegássemos ao top 5 das maiores revistas de música. Posso dizer que fomos #1 na Sweden Rock, o que me surpreendeu bastante.

M.I. – O álbum já saiu há mais de dois meses e já tiveste muito tempo para pensar no trabalho feito.  Há nele algo que mudarias?

Nadinha! Ainda o acho perfeito!

M.I. – O que é que os fãs de Witherscape podem esperar no futuro próximo?

Tenho pena, mas nada! Devem conseguir encontrar e ler algumas críticas online e entrevistas, etc. Só fizemos algumas t-shirts que podem ser adquiridas em swanomerch.com (mas podem estar já todas esgotadas!).

M.I. – Qual a tua opinião sobre a evolução musical nas últimas duas décadas?

Bem, parece-me que a música se tornou muito mais melódica e progressiva com bandas como os Insomnium que lançaram um álbum com uma só faixa e cenas do género. Gosto muito disso!

M.I. – Disseste que havia uma “guerra de barulho” nos últimos 15-20 anos. O que é que queres dizer com isso?

Significa que um álbum passa por um processo técnico que torna o volume tão alto quanto ele necessita de ser e, nesse processo, muita qualidade da mistura original perde-se, só porque o consumidor gosta que todos os álbuns, velhos ou novos, tenham o mesmo volume quando ouve os temas em “shuffle”. O problema é que mesmo hoje com o ReplayGain e outras funções, todos têm medo de terem menos volume no CD, para que ele soe melhor (mas mais silencioso), porque à primeira audição pode parecer menos poderoso… mas logo que tornas o nível igual de um CD dos anos 90 e de outro mais recente, vais ouvir que o material mais antigo tem um som “live” e o som do adaptador de volume está morto. É um pouco como uma imagem que está no seu tamanho original e depois a transformas em jpeg… ou quando passas um filme de VHS para BluRay, etc.  Talvez, um dia, a humanidade compreenda o que se está a passar.

M.I. - Deixa uma mensagem aos fãs portugueses.

Muito obrigado pelo apoio! Vão a www.swanomerch.com de vez em quando!

Entrevista por: Sónia Fonseca