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Entrevista aos Elvellon


Da Alemanha, chega-nos o poderoso Metal Sinfónico dos Elvellon, um quinteto de voz feminina, melodiosa e forte. Para muitos, considerado o álbum do ano, na sua categoria, “Until Dawn” é o seu primeiro LP, lançado pela editora Reaper Entertainment e serviu de motivo para conversarmos com a banda. 

M.I. - Lançaram o vosso primeiro LP, "Until Dawn", este ano, mas os Elvellon existem desde 2010. Porquê todo este tempo para o lançamento de um LP?

Pascal – Olhando para esses dias, demorámos um tempo valioso para encontrar o "Elvellon - Sound" certo, como alcançá-lo e melhorar nossas músicas para o nível em que todos na banda estejam felizes com o que estão a fazer.
Depois de decidirmos gravar e lançar o nosso EP "Spellbound", estivemos atentos às reações dos fãs e da comunicação social, para percebermos se gostam do que que fazemos. O facto de "Spellbound" ter recebido críticas e reacções tão boas de todo o mundo, levou-nos ao objectivo de gravar um álbum completo. Criámos uma campanha de crowdfunding para financiar o álbum e alcançámos o nosso objetivo em poucos dias. Tudo estava pronto para seguir, e foi o que fizemos. Infelizmente, subestimámos o trabalho de produção de um álbum. Foi necessário atrasar o lançamento duas vezes. Mas, finalmente terminámos tudo e marcámos o lançamento para Junho. É por isso que nos levou algum tempo.


M.I. - De um EP, auto-produzido em 2015, passaram para um álbum de editora, em 2018. “Until Dawn” é definido por muitos, como o álbum de estreia do ano, no género Metal Sinfónico. Como é que acontece esta evolução e com é que se sentem perante este vosso crescimento?

Nele - Esses três anos, do nosso EP ao nosso álbum de estreia, foram um longo caminho que andámos. Paciência e fé no que se quer e faz, são as principais coisas que precisas para um bom resultado, é o que eu posso dizer.
Apesar de várias coincidências, tal como a forma como a nossa editora reparou em nós, nós sempre tivemos uma espécie de visão, e seguimo-la.  Sempre nos juntámos, repetidamente, através de todos os pequenos problemas com que, como músicos, nos fomos deparando. Mas isso só é possível se tiveres o apoio suficiente. E é por isso que somos tão gratos!


M.I.  - Em 2016 recorreram ao crowdfunding, algo que muitas bandas usam como recurso de financiamento para a gravação de álbuns e vídeos. Querem falar um pouco dessa vossa iniciativa e de como funciona (em Portugal é algo ainda muito pouco divulgado)?

Gilbert: Quando começámos a planear a produção do álbum, sabíamos que seria muito caro e que não teríamos dinheiro para fazer as coisas da maneira que gostaríamos.  Por essa altura, havia duas bandas nossas amigas que tinham acabado de concluir as suas campanhas de crowdfunding com sucesso e, por isso, estávamos certos de que também funcionaria connosco.
O crowdfunding é algo semelhante uma encomenda antecipada: pedes um CD, uma t-shirt ou qualquer outra coisa e recebes, quando pessoas suficientes fizerem a encomenda e a produção terminar. Se a meta de financiamento não for atingida num determinado período de tempo, todos recebem o dinheiro de volta. Foi uma ótima oportunidade para financiar o nosso álbum. Até conseguimos angariar mais dinheiro do que precisávamos, e que foi tudo usado de forma a obetr uma qualidade nas gravações. "Until Dawn", definitivamente, não seria o mesmo sem todas as pessoas que depositaram dinheiro na campanha.


M.I. - O que inspirou “Until Dawn”?

Maddin - O tema principal em “Until Dawn“ é a relação com nossa criança interior. Todos têm tem que fazer uma mudança, algum dia - crescendo. E no seio desse progresso, a maioria de nós, perde, totalmente, a sua simplicidade infantil.  Sem essa grande parte de nós mesmos, não podemos observar a magia por detrás de tantos momentos que foram usados para nos preencher e falar connosco, à sua maneira. Este facto e tudo o que ele traz, inspirou-nos para escrever algumas músicas sobre o tema. E após um longo e difícil caminho, "Until Dawn" nasceu.


M.I. - Sendo duas bandas na mesma linha musical, os Elvellon são muitas vezes referidos como “seguidores” dos Nightwish. Como reagem a esses comentários? 

Maddin - Eu acho que esta é uma situação completamente lógica. As pessoas fazem sempre comparações com o pensam ser o melhor. Tenho a certeza de que essa é, uma das principais razões, pelas quais as pessoas nos veem à sombra de Nightwish.
A nossa reação não é um reação específica. Sempre trabalharemos nas nossas músicas, som e em todas as outras características que fazem de nós os Elvellon. Existirão sempre pessoas que não querem ver isso. E, claro, haverá sempre algo que é a opinião pessoal de cada um. Tudo isso é, simplesmente, uma parte do caminho que escolhemos seguir.


M.I. - E quais são as vossas principais referências musicais?

Pascal - Principalmente partituras de filmes, mas, claro, outras bandas que amamos. É engraçado como somos iguais, mas ao mesmo tempo somos diferentes, dentro da banda, quando se trata de "gosto pela música". Alguns de nós gostam, por exemplo, de black metal, mas outros gostam de power metal. Poderíamos continuar assim, uma centena de vezes. E é por causa de todos termos algum outro gosto musical, que podemos obter inspiração para cada formato musical que queremos fazer, e trazer variações quando se trata de "fazer música juntos". Por isso, é difícil dar uma resposta precisa a esta pergunta.


M. I. - Como foi o ano de 2018, do que respeita a divulgação do álbum e concertos?

Nele - 2018 foi emocionante, claro! É o ano do primeiro lançamento de editora, para todos nós. Não saber se todo o trabalho vale a pena e se as pessoas gostam do resultado daquilo onde todos nós colocámos o nosso coração e alma, pode ser muito estressante. Para além de toda a organização, é um sentimento tão bom ter nosso "bebé” Until Dawn, finalmente.
Tivemos alguns concertos, muito bons. Por exemplo, o da Metal Hammer Paradise. Aproveitámos muito este ano, já que aconteceram muitas coisas novas e boas, e estamos ansiosos para ver o que nos espera de seguida.


M.I. - O que têm planeado para 2019? 

Gilbert – 2019, provavelmente, será um ano misto para nós. Estamos ansiosos para começar a trabalhar em novas músicas, mas ainda temos que cumprir algumas promessas da nossa campanha de crowdfunding, como um concerto acústico, privado, em Janeiro. Faremos, também, alguns concertos ao longo do ano. Ainda não temos um plano exato, mas em breve surgirá.


Entrevista por Rosa Soares