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Reportagem: Orphaned Land, Subterranean Masquerade e SystemHouse 33 @ RCA Club, Lisboa


Os israelistas Orphaned Land retornaram a Portugal apenas um ano após terem atuado no Vagos Metal Fest, sendo estes uma banda com presença cada vez mais habitual no nosso país. A banda atuou no Hard Club (Porto) a 17 de abril e no RCA Club (Lisboa) tendo pelo menos esta segunda data tido uma casa cheia de fãs, ávidos por ouvir o metal oriental da banda.

A abertura da noite do concerto em Lisboa ficou a cargo dos indianos SystemHouse 33. A banda não trouxe uma sonoridade exótica conforme seria expectável e sim um thrash/groove metal que é bastante praticado em solo nacional. Em Portugal somos especialistas neste tipo de som mas o quarteto da Índia mostrou que em qualquer parte do mundo se pode fazer boa música em qualquer género. Os SystemHouse 33 foram protagonistas de um concerto enérgico, durante os três quartos de hora que dispuseram para mostrar a sua música, dando uma boa imagem de si ao público português. Eles disseram querer voltar a Portugal e seguramente alguns dos presentes estarão presentes num eventual próximo concerto.

Os Subterranean Masquerade são compatriotas dos Orphaned Land mas não se pense que por isso a sonoridade que estes praticam é muito idêntica à da banda de Kobi Farhi. A proposta musical praticada por parte do grupo tem aqui e ali a influência do médio oriente mas menos do que no caso dos Orphaned Land, tocando um metal progressivo muito seu e interessante, sendo esta uma banda com qualidade para poder ser descoberta por um número maior de pessoas. Aqui a amostra foi boa com a banda a ter uma eficiente presença em palco e com o seu vocalista a mostrar boa disposição ao proferir algumas palavras em português como "Obrigado linda beijinhos". Um momento caricato num concerto que foi baseado essencialmente em temas do mais recente álbum do grupo, "Vagabond", que por esta amostra se revelou digno de atenção.

Os Orphaned Land souberam intercalar os temas fortes do seu mais recente trabalho, "Unsung Prophets & Dead Messiahs", com os clássicos da sua já profícua carreira, resultando em mais um concerto de belo efeito em solo português. "The Cave", o tema inicial do acima referido álbum, iniciou bem o concerto, sendo que o grupo logo passou para temas antigos do calibre de "All Is One", "Barakah", "The Kiss of Babylon (The Sins)" e "Ocean Land (The Revelation)" com o público a ser facilmente conquistado. Seguiu-se o hit do novo disco, "Like Orpheus", com Kobi Farhi a cantar bem a parte pertencente a Hansi Kürsch. O grande nome do metal do médio oriente continuou a apresentar temas mais recentes com a poderosa "We Do Not Resist", com o público a gritar "Resist", antes do início do refrão. Após uma bem conseguida "Let The Truce Be Known", o frontman da banda perguntou aos fãs se queriam ouvir um tema do novo álbum ou do clássico "Mabool", sendo que as reacções foram idênticas e não esclarecedoras. Assim sendo, a banda optou por tocar um dos temas obrigatórios do álbum mais antigo desses dois, "Birth of the Three (The Unification)", um dos melhores da noite, que terminou com o público a saltar e a cantar. O concerto prosseguiu com dois temas recentes ainda não tocados por terras lusas, "In Propaganda" e "All Knowing Eye" com destaque para a primeira. Kobi Farhi revelou que esta é a primeira tour em que está envolvido como pai e que a sua filha se chama Leila, tendo seguidamente pedido para o público cantar "Leila, Leila, La", durante o tema "In Thy Never Ending Way (Epilogue)", numa espécie de homenagem ao seu recém-nascido rebento. Os fãs obedeceram a todos os pedidos do cantor durante o espetáculo e neste caso não houve excepção. Após uma breve saída de palco a banda regressou para tocar a balada "Brother", aqui despida da parte orquestral. Mais uma memorável passagem do grupo israelita por Portugal terminou com a inevitável "Norra El Norra", com o público todo a saltar e ainda houve tempo para um excerto da parte final da velhinha "Ornaments of Gold".

Reportagem por Mário Santos Rodrigues