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Myrath - "Shehili" Review


A banda de metal Myrath, oriunda da Tunísia, um pequeno país conhecido como um destino de férias de luxo na costa do Mediterrâneo e não por ser bilhete postal de bandas de metal que fazem questão de integrar as suas raízes árabes em música mais pesada.  Em apenas alguns anos, o que começou como uma banda de covers, tornou-se numa banda relativamente bem conhecida e respeitada pela comunidade internacional de Metal. "Shehili" é o quinto álbum de estúdio da banda, que contém 12 novas faixas que nos farão viajar certamente ao médio oriente.

Começamos com “ASL”, a faixa introdutória instrumental que dá iníco à nossa jornada, seguindo-se a “Born to Survive”, que nos brinda de imediato com ambiente exótico e os riffs pesados que os Myrath nos tem habituado. A viagem continua com “Dance”, o single de lançamento do disco, é sem dúvida a faixa do álbum que transporta toda a essência do médio oriente.  Alguns dos problemas da atualidade são representados neste tema nomeadamente: os conflitos intermináveis na Síria e suas gentes que sobrevivem diariamente ”à procura da sua luz interna”. “Dance” é uma canção poderosa e de alento em que Zaher Zorgati nos mostra a sua emotiva interpretação.

Faço também referência a “Monster in my Closet”, que se inicia com uma intro progressiva de rufadas tradicionais, seguindo com instrumental cativante da fusão de instrumental folk e moderno, contendo um refrão bastante orelhudo, desafio a quem for ouvir tentar não cantar.

As próximas paragens são: “Lil Twil” e “Mersal“, estas faixas foram uma agradável surpresa por terem partes interpretadas na língua materna dos elementos da banda, tornando-as ainda mais interessantes. “Not Holding Back” traz na bagagem os riffs épicos de power metal, acompanhada pelos vocais poderosos de Zaher Zargoti e de solos de guitarra bem elaborados por Malek Ben Arbia.

“Shehili” encerra a nossa viagem, com música progressiva, onde é possível sentir todas as camadas apresentadas nas faixas anteriores desde os elementos folk aos mais sinfónicos, quer no instrumental como na voz, fazendo querer repetir a viagem. Para terminar, Myrath incorporaram a autenticidade étnica nas composições deste álbum, a mistura de metal, hard rock e a música folk do Médio Oriente resultou na perfeição.

Nota: 9/10

Review por Ana Rita Cruz