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Pagan Reign - "Art of the Time" Review


Com um tema de abertura como “In God we Trust”, os Pagan Reign conseguem colar-se à tradição de folk metal mais extrema, misturando instrumentos tradicionais com os guturais do death metal e o tremolo picking do black metal. Por outras palavras, "Art of the Time" começa de forma surpreendente e única.

O tema-título começa com as flautas de Aurora, seguido pela voz torturada de Orey, acompanhada por instrumentos acústicos de cordas (bandolim?), o centro melódico do tema. O som aproxima este registo, desta forma, de bandas mais icónicas do género como Eluveite no topo das referências.

Ao terceiro tema, torna-se evidente que o recurso a instrumentos tradicionais de cordas é um dos aspectos centrais do som deste “Art of the Time”, assim como a alternância entre registos vocais agressivos e narrados; curiosamente, nos momentos mais alegres, este tema relembra os Korpiklaani. “Rising Hearts” é mais directo com as guitarras a entoarem um riff folk, a par da voz quase operática de Orey, a relembrar Hansi Kürsch dos Blind Guardian (as flautas a acompanhar as guitarras na secção que antecede o fim do tema é um pormenor bastante interessante).

Enquanto álbum de fusão entre música folk e metal mais extremo, os Pagan Reign conseguiram atingir esse objectivo com “Art of  the Time”, no entanto, a audição repetida do álbum acaba por perder a força com que começou, dada a repetição de recursos instrumentais e de falta de dinâmica que diferencie os temas uns dos outros. A variedade em termos de instrumentação acaba por ser um dos pontos fortes deste álbum, atente-se nas tablas no início de “Path to the North”, ou “Eternal Saga of Glory”, onde o baixo e as guitarras formam um conjunto bastante interessante que embala o ouvinte ao longo dos versos.

Por fim, “Eternal Voice of the Legend”, termina o álbum de uma forma interessante, com instrumentos maioritariamente acústicos, na primeira parte (com as teclas a darem a base harmónica), seguido de uma segunda parte contrastante, mais pesada, mas a repetir de excelente forma os motivos melódicos da primeira.

Nota: 6/10

Review por Raúl Avelar