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Reportagem: S.D.I. e Reaktion @ Side B Rocks, Alenquer - 06/02/2020


O cartaz desta noite era mesmo para os mais fiéis apreciadores de thrash metal old school. Daqueles em que dá vontade de ir buscar o colete forrado a patches que está guardado no armário, aguardando por estas ocasiões. Os S.D.I., banda pioneira da cena thrash germânica de onde surgiram gigantes como Tankard, Destruction ou Kreator, por exemplo, editaram nos anos 80, três álbuns, que são ainda hoje uma referência do chamado speed thrash. Estou-me a referir a Satans Defloration Incorporated de 86, Sign of the Wicked de 88 e a Mistreated de 89. Na primeira parte deste concerto estiveram os nuestros hermanos Reaktion, que tocam também eles thrash metal, mas com uns salpicos de hard core.

Lamentavelmente o concerto dos Reaktion começou com a sala ainda um pouco despida, mas durante a sua atuação registou-se a entrada de bastante público. “A Piece of God Within” deu início a um concerto de 45 minutos de duração, onde o mais recente álbum Learning to Die, foi alvo de destaque. Grande entrega por parte deste quinteto, onde se destaca a guitarra solo de Alvaro de Prado. Sempre a puxar pelo público, esta banda de Barcelona conseguiu pôr todos a mexer ao som das suas malhas, havendo mesmo lugar a mosh e até stage diving. Durante o penúltimo tema, “Toxik Grandma”, o vocalista Iván Lara fez questão de descer do palco para o interpretar entre o pessoal que se encontrava mais ativo. “Paraphilia” encerrou a atuação destes espanhóis, que se mostraram bastante contentes por tocarem no nosso país.

Vinte minutos foi o tempo necessário para preparar o palco para os S.D.I. Este trio regressa ao nosso país com um novo guitarrista e quando digo novo, refiro-me também à idade do rapaz que, possivelmente, ainda não seria nascido quando os S.D.I. começaram a gravar álbuns. Seja como for, Chris Friedl mostrou-se à altura, tal como os restantes elementos. “80s Metal Band” foi o primeiro tema da noite e apesar de pertencer ao último álbum, diz muito sobre os S.D.I. Aquele som característico daquele período é para manter, faz parte da identidade da banda e não se perdeu durante o interregno de quase vinte anos ocorrido no seu percurso. Os espetadores que se deslocaram nesta noite ao Side B Rocks estavam ansiosos pela atuação dos S.D.I. e logo ao terceiro tema da noite, “Panic in Wermacht”, se desenhou uma roda na frente do palco por um público que tornava agora a sala bem composta.

Nos intervalos entre os temas, sempre que o vocalista Reinhard Kruse gritava S.D.I., ouvia em resposta Megamosh. Depois, junto com o seu baixo que é muito audível e peça importante no som da banda, descarregava mais uma malha. Foi assim ao longo dos quase noventa minutos de uma atuação de fazer inveja a muita jovem banda que por aí anda. A agitação em frente ao palco estava em alta e a música “Absolute Banger” foi-lhes devidamente dedicada.

Perto do final os Reaktion foram chamados ao palco para se juntarem à banda, num momento que foi também aproveitado por algum do público que fez o mesmo e tirou algumas fotos para registar o momento. De seguida, o clássico que todos aguardavam: “Megamosh” que, como não podia deixar de ser, foi o tema mais festejado pelos presentes e que parecia ser aquele que iria encerrar a atuação deste trio alemão. Puro engano. Não foi preciso pedir muito para que a banda ficasse ainda em palco e interpretasse mais três temas, entre eles “Let the Ball Run”, mais um tema novo, mas que soa a antigo, tal como eles pretendem. Terminada a atuação, todos os elementos se juntaram ao público em ambiente de confraternização, mostrando que a sua simpatia se estendia para além do palco.

Texto por António Rodrigues 
Agradecimentos: Notredame Pdroductions